O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), demonstrou otimismo com a possibilidade de o candidato que escolher para sua sucessão no comando da Casa receber o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT. Nesta sexta-feira (23), Lira participou de um evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro. O parlamentar esteve reunido com Lula e líderes da Câmara na noite de quinta-feira (22), no Palácio da Alvorada, em Brasília. “O presidente Lula tem a vontade dele e o direito de tentar fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo, como sempre faço, todos os líderes partidários e amigos na Câmara”, afirmou Lira. “O presidente Lula disse que estará junto desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer o meu sucessor. E o PT, eu não penso que pensará diferente, porque não tem motivos, todos os compromissos que foram assumidos por esta Mesa Diretora estão sendo honrados”, completou o presidente da Câmara. Embora Lira ainda não tenha batido o martelo publicamente, dois nomes surgem como os mais cotados na preferência do atual comandante da Casa – o deputado Elmar Nascimento (União-BA) e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Também são especulados como potenciais candidatos à presidência da Câmara os deputados Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). A eleição para a presidência da Casa acontece em fevereiro de 2025, e Lira não poderá ser candidato novamente. “Bate-papo normal”Sobre o encontro com Lula, ministros e outras lideranças da Câmara, na véspera, no Alvorada, Arthur Lira disse que se tratou de um “bate-papo normal”. “A reunião de ontem foi um bate-papo normal, uma conversa mais amena que eu pedi ao presidente Lula. Eu nunca tive nenhum tipo de relação pessoal com Lula, mas sempre ouvia que era um político de conversa”, afirmou o deputado. “A participação do presidente é salutar, esse foi o objetivo da reunião ontem porque a relação sempre foi boa e não precisa de ressalvas. É normal que, na política, as coisas sejam conversadas para que haja o mínimo de ruído. Foi uma aproximação necessária que tem de ser rotina entre o presidente e os líderes”, concluiu Lira. Cronograma definidoEm meio às negociações entre Executivo e Legislativo, o governo federal publicou o decreto que estabelece um cronograma de pagamento de emendas parlamentares em 2024, após acordo para tentar evitar a derrubada de vetos ao Orçamento. Em janeiro, Lula sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, que estabelece as bases para as contas públicas, mas vetou dispositivos que definiam prazos para o pagamento das emendas (recursos destinados a projetos indicados por deputados e senadores). O relator do texto, deputado Danilo Forte (União-CE), disse que o governo garantiu o cumprimento do cronograma. Em nota, afirmou também que, no início de março, haverá uma reunião para negociar outros vetos relacionados ao repasse de verbas para programas de atendimento a mulheres, crianças e setor agropecuário, entre outros. Além dos vetos orçamentários, uma disputa foi aberta no fim do ano passado, após Lula editar uma Medida Provisória para reonerar a folha de pagamento de 17 setores da economia (a MPV 1202/2023), contrariando decisão anterior do Congresso pela renovação do benefício. Após pressão, o governo se comprometeu a retirar essa iniciativa da MP e tratá-la por meio de um projeto de lei. |
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