O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez sua quarta visita ao Rio Grande do Sul desde o início das fortes chuvas que devastaram o estado, assinou, nesta quinta-feira (6), Medidas Provisórias (MPs) de apoio financeiro destinadas à reconstrução das regiões afetadas pela tragédia climática. Ao todo, Lula assinou 3 MPs:
EmpregosUma das MPs assinadas por Lula tem o objetivo de garantir a manutenção dos empregos no Rio Grande do Sul. De acordo com o texto, o governo federal pagará 2 parcelas de salário mínimo a trabalhadores do estado que estejam nos municípios atingidos pela chamada “mancha da inundação”. Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos Os grupos beneficiados serão trabalhadores celetistas; trabalhadores domésticos; estagiários; e pescadores artesanais. Ao todo, são 434.253 trabalhadores. Em contrapartida, as empresas que aderirem ao programa se comprometerão a manter os empregos pelo menos pelos próximos 2 meses. “Vamos estabelecer a adesão das empresas. Nós vamos oferecer duas parcelas de um salário mínimo a todos os trabalhadores formais do estado do Rio Grande do Sul que foram atingidos na mancha. Não simplesmente nos municípios de calamidade. Os municípios em calamidade e em situação de emergência, desde que atingidos pela mancha da inundação”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT). “Peço que as empresas compreendam essa necessidade urgente de manter as coisas funcionando, dentro da maior normalidade possível, para criarmos as devidas condições para a recuperação”, completou Marinho. Repasse de R$ 124 milhões para municípios gaúchosOutra medida assinada pelo presidente da República amplia o número de municípios em situação de emergência ou calamidade. Com isso, na prática, essas cidades poderão receber maior auxílio por parte do governo federal. O governo também anunciou um repasse de R$ 124 milhões para municípios que ainda não haviam sido contemplados. “A MP que o senhor assina hoje vai alcançar todos os municípios que a Defesa Civil Nacional, junto com a Defesa Civil do governo do estado e as Defesas Civis municipais, entenderam atender o regramento de situação de emergência ou calamidade”, afirmou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés (PDT). “Os municípios que, a partir de hoje, não foram alcançados pela MP [anterior], também passarão a receber Auxílio Reconstrução para casos que tiveram problema de serem atingidos pelo evento e, também, outros benefícios que são alcançados em situação de emergência ou calamidade”, explicou o ministro. Depois de publicadas no Diário Oficial da União, as MPs têm de ser aprovadas em até 120 dias pelo Congresso Nacional. Caso contrário, perdem a validade. “Não basta a gente anunciar”, diz LulaEm seu discurso, Lula reiterou a cobrança aos ministros do governo para que tudo o que foi anunciado seja, efetivamente, cumprido. “Eles [ministros] sabem que eu vou cobrar deles cada palavra que eles falaram aqui. E vocês vão cobrar de mim cada palavra que eu vou falar. Neste momento histórico, a palavra vale muito”, disse Lula. “É importante que a gente não permita que aconteça no Rio Grande do Sul o que aconteceu tantas vezes neste país. Há uma desgraça, a televisão divulga, as pessoas choram, o tempo vai passando, e daqui a pouco todo mundo esqueceu e aquilo que foi prometido não foi feito”, afirmou o presidente. “Não basta a gente anunciar. É preciso criar as condições para que aquele dinheiro seja executado”, concluiu Lula. Lula critica “burocracia”Mais cedo, durante a visita a municípios gaúchos fortemente afetados pelas enchentes, Lula cobrou mais agilidade do poder público no processo de reconstrução das áreas atingidas pela tragédia. Nesta manhã, o presidente esteve no bairro Passo de Estrela, na cidade de Cruzeiro do Sul (RS), que teve mais de 600 moradias completamente destruídas. “Eu acho que não tem ninguém no mundo que reclama mais da burocracia do que eu. Eu reclamo em fóruns internacionais, eu reclamo aqui dentro. É tudo muito difícil, é tudo muito complicado”, criticou Lula, em rápida conversa com jornalistas. “Tudo tem um manual que diz o que pode e o que não pode. Se acontece uma coisa nova que não está no manual, não pode fazer”, reclamou o petista. Segundo Lula, em um caso excepcionalmente trágico como o do Rio Grande do Sul, o governo federal “não pode ficar olhando vírgula” ao assinar atos normativos. “Temos de dar resposta imediata a esse povo que precisa. Nós estamos trabalhando muito e temos que vencer a burocracia. Porque nós temos leis, regulamentações, que nós precisamos respeitar. Do contrário, tudo isso é desmontado”, completou Lula. Na entrevista, o presidente da República disse, ainda, que as futuras casas que serão construídas para a população que perdeu a moradia não podem repetir equívocos do passado – como construção em locais de alto risco. “Nós ocupamos esse lugar aqui sem saber muitas coisas e, agora, a natureza nos alertou. Então, agora nós precisamos procurar um lugar muito seguro para construir as casas dessas pessoas”, disse Lula. “Está provado que esse lugar aqui é reservado para a água.” |
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