 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está decidido a aplicar medidas de retaliação caso os Estados Unidos mantenham a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (10) pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, em declaração ao g1. Segundo o ministro, Lula considera a ação do presidente americano Donald Trump como um gesto político e não pretende estabelecer contato direto com o republicano. Até o momento, o governo brasileiro não recebeu notificação oficial por vias diplomáticas, apenas a publicação de Trump em sua rede Truth Social. Palmeira afirmou que o presidente está convicto da necessidade de resposta com base na Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar contramedidas contra países que impuserem sanções comerciais unilaterais. A aplicação da lei está em avaliação técnica e dependerá da efetivação da tarifa americana no início de agosto. Ainda segundo o ministro da Secom, o governo federal pretende se reunir ao longo do mês com representantes dos setores exportadores brasileiros para avaliar os impactos potenciais da tarifa de 50% e buscar estratégias de mitigação. O objetivo é alinhar medidas de negociação que possam reduzir danos econômicos, além de reforçar a articulação com organismos multilaterais e parceiros comerciais. O ministro também sinalizou que o governo brasileiro não tem expectativa de recuo por parte de Trump. A leitura interna do Planalto é que a medida tem forte componente político, reforçado pela menção ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na carta enviada a Lula. A retaliação estudada pelo governo brasileiro inclui alternativas como restrições sobre propriedade intelectual, suspensão de benefícios a insumos importados dos EUA e antecipação do fim de patentes em setores estratégicos.
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