Mais de um ano após as eleições presidenciais que marcaram a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, a polarização persiste no Brasil e deve dar as caras também no pleito municipal de 2024, mas pode ter efeitos mais modestos sobre a próxima disputa pelo cargo máximo do Poder Executivo. No aquecimento da disputa pelas prefeituras, analistas políticos já projetam o papel de Lula e de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), sobre a campanha e o desempenho de aliados em localidades estratégicas. A 51ª edição do Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional, mostrou uma percepção majoritária de vantagem de Lula sobre Bolsonaro no quadro geral. Segundo o estudo, feito entre os dias 19 e 22 de dezembro, 45% dos analistas políticos consultados acreditam que a figura do atual presidente e possíveis manifestações de apoio a candidatos deve afetar positivamente o desempenho das campanhas dos aliados. No caso de Bolsonaro, esse número cai para 27%. Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento. O grupo de entrevistados que consideram negativos para os respectivos aliados os apoios de Lula e Bolsonaro soma 9% no caso do primeiro e 18% no segundo. Considerando uma escala de 1 (muito positivo) a 5 (muito negativo), a média das respostas para o efeito de eventual endosso do atual presidente sobre candidaturas a prefeituras ficou em 3,36 − um pouco acima do patamar de Bolsonaro, de 3,18. Em ambos os casos, o efeito, portanto, é moderado. O Barômetro do Poder mostrou, no entanto, que a maioria dos analistas políticos consultados (50%) vê impacto reduzido do resultado das eleições municipais sobre a disputa presidencial de 2026. Apenas 8% apontam uma forte relação entre os dois eventos. Outros 42% atribuem peso moderado. Em uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto), a média das respostas dadas pelos especialistas neste caso ficou em 2,50. MetodologiaEsta edição do Barômetro do Poder ouviu 10 consultorias políticas – Ágora Assuntos Políticos, Control Risks, Dharma Political Risk & Strategy, Eurasia Group, Medley Global Advisors, Patri Políticas Públicas, Ponteio Política, Prospectiva Consultoria, Vector Relações Governamentais e Warren Rena – e 2 analistas independentes – Carlos Melo (Insper) e Thomas Traumann. Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários. |
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