 A Venezuela está enfrentando a maior ameaça vista na América do Sul em um século, mas não se curvará a ela, afirmou o presidente Nicolás Maduro nesta segunda-feira, em uma rara coletiva de imprensa. As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela aumentaram nas últimas semanas, em meio a um grande reforço naval dos EUA no sul do Caribe e em águas próximas, que, segundo autoridades norte-americanas, tem como objetivo enfrentar as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos. O presidente dos EUA, Donald Trump, fez da repressão aos cartéis de drogas uma meta central de seu governo, parte de um esforço mais amplo para limitar a migração e proteger a fronteira sul dos Estados Unidos. No entanto, Maduro, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, e outras autoridades afirmam que os EUA estão ameaçando seu país com a força naval e que essa ação faz parte de um esforço para justificar uma intervenção contra a Venezuela. “A Venezuela está enfrentando a maior ameaça que já foi vista em nosso continente nos últimos 100 anos”, disse Maduro a jornalistas, autoridades e militares uniformizados em Caracas. “Nunca se viu uma situação como essa.” Seu país é pacífico, acrescentou Maduro, mas não se curvará às ameaças. O governo venezuelano tem rejeitado as afirmações dos EUA de que o país e sua liderança são fundamentais para o grande tráfico internacional de drogas. Em agosto, os Estados Unidos dobraram a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, devido a alegações de tráfico de drogas e ligações com grupos criminosos.
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