Enquanto a sessão de sexta-feira (2) foi de disparada para as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e de construtoras mesmo em um dia de forte baixa para o mercado brasileiro, o pregão desta segunda-feira (5) de queda generalizada dos mercados globais e de baixa de cerca de 1% para o Ibovespa no início da tarde mostra uma “contaminação” maior. Boa parte das ações brasileiras tem baixa, com destaque negativo justamente para as que tiveram desempenho positivo na sessão anterior. O movimento ocorre em meio à aversão a risco global com os temores quanto ao ritmo de desaceleração da economia dos Estados Unidos. O grande destaque de baixa do Ibovespa fica com o MGLU3, em queda de cerca de 7% após chegar a cair cerca de 8% mais cedo, com papéis sensíveis a juros sofrendo com o movimento na curva de juros diante ao aumento da aversão a risco global. O índice do setor de consumo ICON perdia 1,66%, enquanto o do setor imobiliário IMOB caía 2,34%. Assim, companhias como a de turismo CVC (CVCB3), a aérea Azul (AZUL4) e a EzTec (EZTC3) apareciam entre as maiores baixas do índice, entre 5% e 7%. Em contraponto, Bradesco (BBDC4) se destaca entre as maiores altas após o resultado do segundo trimestre. Na avaliação de Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, o momento é de exageros no mercado, o que acaba por distorcer o movimento dos ativos. “É um dia de volatilidade, mas ela tende a perdurar, uma vez que há ainda o movimento vindo da política monetária do Japão, que vem interferindo no dólar, devido à reversão das operações de carry trade”, afirma. No mercado de juros futuros, no início da tarde, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 11,600%, ante 11,566% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 projetava 11,29%, contra 11,28%. E a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 11,53%, de 11,49%. A Ágora Investimentos aponta que o desempenho das bolsas no exterior reflete preocupações dos investidores de que o Federal Reserve poderia estar atrasado no apoio à economia ao não ter reduzido os juros ainda. “Isso resultaria em uma desaceleração mais abrupta da economia global — e, todo esse movimento, naturalmente, leva a maior busca por proteção, especialmente entre os títulos dos governos das maiores economias”, acrescentou em nota a clientes. Em Nova York, o S&P 500 desabava 3%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 3,7435%, de 3,796% na véspera, sinalizando demanda pelos Treasuries. Veja o desempenho dos principais destaques de ações:
(com Reuters e Estadão Conteúdo) |
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