![]() O conhecimento técnico é fundamental para investir bem, mas não é tudo. Para Marcos Baroni, head de fundos imobiliários da Suno Research, entender o comportamento do investidor tem se mostrado tão importante — ou até mais — do que dominar indicadores e fundamentos. “Por mais que você entregue um relatório completo, com riscos mapeados e análise clara, a decisão final do investidor é, na maioria das vezes, muito mais emocional do que técnica”, afirma. O tema foi destaque no 17º episódio do Liga de FIIs, programa do InfoMoney, que contou com Baroni e Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP Research. A dupla discutiu como dúvidas recorrentes de investidores revelam fragilidades comportamentais que dificultam uma jornada de longo prazo mais tranquila e eficiente. Leia Mais: FIIs ainda podem subir em 2025? Gestor da Canuma aponta gatilhos para novas altas Baroni observa que, após uma decisão de investimento, muitos investidores entram em ciclos de autossabotagem, questionando constantemente se fizeram a escolha certa. “Essa autorreflexão é saudável na medida certa. Mas o que tenho visto é um excesso que gera ruído, insegurança e até teorias conspiratórias que afastam o investidor do racional”, comenta. Segundo ele, embora o objetivo final — formar patrimônio, obter renda e tranquilidade — seja comum à maioria, os caminhos escolhidos são muitas vezes tortuosos e carregados de ansiedade desnecessária. Marx complementa trazendo a perspectiva de quem acompanha de perto o comportamento de investidores iniciantes. “Muita gente começa a investir por indicação de influenciadores, sem saber se aquela classe de ativos faz sentido para seu perfil. A pessoa investe primeiro e tenta entender depois”, afirma. Na visão dele, isso gera uma jornada dolorosa, marcada por insegurança, frustração e desconfiança — muitas vezes direcionada aos próprios gestores dos fundos. Baroni reforça que o mercado de FIIs hoje é amplo e exige discernimento. “É infantil achar que todos os gestores são ruins ou que todos agem contra os interesses dos cotistas. Assim como em qualquer mercado maduro, existe uma seleção natural — cabe ao investidor identificar os bons nomes e se posicionar com inteligência”, disse. Ele ressalta que a indústria já conta com cerca de 500 fundos e mais de 200 gestores atuando com diferentes níveis de qualidade e alinhamento, o que exige mais critério do que crítica. Leia Mais: FIIs ou comprar imóveis? O que investidores precisam entender ao investir Para ele, muitos investidores criam um ambiente emocional que mina seus próprios objetivos. “Se o seu projeto é de longo prazo, mas você se prende a ruídos de curto prazo, essa ponte não se constrói. E mesmo que se construa, será com sofrimento. Às vezes, um investimento mais simples, mas que garanta paz mental, pode ser a melhor escolha”, conclui. Confira a entrevista completa – e mais dicas – de Marco Baroni e Marx Gonçalves na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas. |
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *