A pouco menos de duas semanas do início do ano letivo da rede privada de ensino no Brasil, pais e responsáveis ainda tentam completar a lista de materiais escolares de crianças e adolescentes. E sim, tudo o que está ali encareceu bastante. É o que mostra um estudo de Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico.

A cesta de materiais escolares teve um aumento ligeiramente acima do IPCA entre 2020 e 2025, de 34,85%. Isso significa que, se em 2020 você gastava em média R$ 2.000 com despesas escolares, para comprar os mesmos itens hoje, seriam necessários R$ 2.654,20.

O aumento no custo de insumos para a produção, como papel e plástico, foi um dos fatores que fez com que os artigos de papelaria mais populares, como cadernos, canetas, lápis e borrachas, se tornassem um peso maior no orçamento das famílias. Nos últimos cinco anos, os preços dessas categorias aumentaram 24,28% e 34,63%, respectivamente.

Mensalidades mais caras

As mensalidades escolares, da creche até o ensino médio, passaram por uma verdadeira escalada devido ao aumento nos custos operacionais – infraestrutura, salários e, claro, a inflação geral, segundo Figueiredo.

Entre 2020 e 2025, os valores das mensalidades subiram especialmente no ensino médio e fundamental: 43,16% e 43,98%, respectivamente. A pré-escola teve um aumento de 36,70% e a creche, 35,42%.

E o transporte escolar?

O transporte escolar pode ser considerado um item de “luxo” hoje em dia. Fatores como a alta dos combustíveis, associada à manutenção dos veículos, fizeram com que o preço desse serviço também aumentasse. O aumento acumulado de 2020 até hoje para a categoria foi de 24,26%.

Salário mínimo acompanhou alta

A analista destaca que, por outro lado, o salário mínimo foi ajustado acima da inflação e do aumento da cesta de itens escolares nos últimos cinco anos.

Comparando o salário mínimo de 2020 com o atual, que é de R$ 1.518, podemos observar que ele foi corrigido acima da inflação. Isso reforça a ideia de que, apesar do aumento nos preços, o salário acompanhou o reajuste necessário.

A tabela abaixo resume as variações de preço de cada um dos principais itens da lista de material escolar, além dos valores da cesta total e da própria inflação medida pelo IPCA.

LEIA MAIS: Preços de material escolar podem variar 269% em papelarias de SP

Como economizar?

Se o orçamento está apertado, saiba que algumas estratégias simples podem fazer toda a diferença:

1. Reaproveite materiais do ano anterior: Antes de pensar em comprar tudo novo, confira o que ainda está em bom estado. Canetas e lápis pouco usados e até mochilas podem ser reutilizados
2. Compre livros usados: Procure sebos, sites de livros usados, grupos de pais em redes sociais ou feiras de troca. Livros didáticos usados costumam ser bem mais baratos e ainda ajudam o meio ambiente
3. Monte grupos de compras coletivas: Junte-se a outros pais para negociar descontos em papelarias ou livrarias. Quanto maior o volume, maior a chance de barganhar preços melhores
4. Compare preços online e presencialmente: Nem sempre a loja mais próxima é a mais barata. Use comparadores de preços e aproveite promoções de papelarias online
5. Evite marcas caras: Muitas vezes, materiais de marcas menos conhecidas têm qualidade similar e custam bem menos. Avalie o custo-benefício
6. Compre só o necessário: É tentador ceder aos pedidos das crianças por itens da moda, mas priorize o que é realmente essencial
7. Antecipe as compras: Não deixe para comprar tudo em cima da hora, quando os preços tendem a estar mais altos e as opções, limitadas
8. Planeje com antecedência: Pensando nos próximos anos, reserve um valor todos os meses para essa finalidade — e faça esse dinheiro render