O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alozio Mercadante (PT), afirmou nesta terça-feira (19), ao participar de um evento sobre descarbonização, em Brasília, que o país vive um bom momento na economia e tem condições de “liderar a transição” para a energia sustentável. Mercadante disse, ainda, que “os brasileiros precisam parar de falar mal do Brasil”. As declarações do presidente do BNDES foram dadas na abertura do seminário “Descarbonização: os desafios para a mobilidade de baixo carbono no Brasil”, promovido pelo Esfera Brasil – grupo que reúne empresários de diversos setores da economia brasileira – e o MBCB (Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil). “Tivemos uma melhoria importante no ambiente macroeconômico. E os brasileiros precisam parar de falar mal do Brasil. Nós precisamos defender e valorizar o país, reconhecer as conquistas: inflação dentro da meta, taxa de juros caindo, risco soberano caiu… Temos um ambiente promissor para aproveitar essa janela de oportunidade e dar um salto histórico na economia e no nosso desenvolvimento”, afirmou Mercadante. Retomada da indústriaEm seu discurso, o presidente do BNDES destacou o que chamou de retomada da indústria brasileira e fez elogios ao programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado pelo governo federal em janeiro deste ano para incentivar o setor. O NIB oferece subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular a indústria nacional. A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá por meio de financiamentos do BNDES, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES destinados à inovação serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP). “Estamos assistindo a agora a uma recomposição da indústria automotiva. Todos esses investimentos, que estão acima de R$ 100 bilhões, não vieram do acaso. Foi a determinação de taxarmos o carro elétrico para estimularmos a nossa rota promissora, que é o carro híbrido. A economia mundial está mostrando que essa rota é muito mais promissora”, disse Mercadante. “A indústria tem de levantar a cabeça. Tem de dizer que quer o seu lugar na economia, que quer a sua prioridade, que quer a sua atenção. É o setor que mais gera emprego qualificado”, prosseguiu o presidente do BNDES. InovaçãoAloizio Mercadante também destacou a liberação, pelo BNDES, de R$ 20 bilhões em crédito para investimentos em inovação no país pelos próximos quatro anos (R$ 5 bilhões por ano), com taxa de juros de 1,7% ao ano. “Vamos pisar no acelerador. Este país precisa de crédito, e crédito mais barato”, disse. “Nós vimos o que vimos, um processo acelerado de desindustrialização do país. Não só pela capacidade da China de produzir a baixo custo e ocupar mercados em nível global, mas também os Estados Unidos com uma política de subsídio de compras públicas e protecionismo para recompor sua base industrial”, observou Mercadante. “Nós não temos a mesma margem de manobra. Nós precisamos ter uma nova relação entre Estado e economia, entre políticas públicas e investimento”, prosseguiu o chefe do BNDES. Segundo Mercadante, o Brasil “tem todas as condições de liderar a transição para a economia verde e para a energia sustentável”. “Temos uma capacidade de produção industrial que segue sendo relevante, complexa, diversa”, concluiu.
|