Minoritários acusam EY e PwC de serem “lenientes” em caso Americanas
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16/11/2023
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O Instituto Empresa, que representa investidores prejudicados pela derrocada da Americanas na bolsa de valores, apontou em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 16, que os auditores da empresa foram “lenientes com as impropriedades graves praticadas” no balanço da varejista nos últimos anos e que, por isso, está mobilizando uma ação de ressarcimento na Justiça contra a EY e a PwC – a entidade também processou anteriormente a Americanas e seus acionistas de referência.
Segundo a entidade, as auditorias “não apontaram quaisquer ressalvas às contas da companhia por sucessivos resultados que podem mesmo se estender por uma década” e “a ausência destas ressalvas – chamadas tecnicamente como ‘assuntos de auditoria’ – confirma que as auditorias, no mínimo, foram lenientes com as impropriedades graves praticadas por toda a companhia”.
O Instituto disse que foca na proteção aos interesses dos debenturistas, particularmente dos gestores de fundos de investimento, que confiaram nas auditorias para suas decisões de investimento. “Dada a fraude evidenciada nos novos balanços, os gestores são compelidos a agir em defesa dos seus cotistas”, destaca Eduardo Silva, representante do Instituto Empresa.
A opção de processar as auditorias, na visão da entidade, é decorrente de uma série de decisões judiciais, no Brasil e no exterior, que tem responsabilizado sobretudo as Big Four (KPMG, PwC, Deloitte e EY) por incorreções ou omissões em suas análises. O advogado Adilson Bolico, do escritório especializado em defender os minoritários Mortari Bolico Advogados, classifica a ação das auditorias como um problema estrutural: “A empresa auditada paga o auditor. Se o parecer não sai como esperado pelo controlador da companhia, a auditoria tende a sofrer pressões e ser substituída. É preciso evoluir para um modelo de maior distanciamento e efetiva imparcialidade”, diz ele. “Mesmo o Fundo Verde, conduzido por Luis Stuhlberger, reconheceu que foi enganado também pelo silêncio dos auditores.”
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