O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continua adotando medidas para tentar interferir no andamento da ação penal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por tentativa de golpe de Estado.

A avaliação consta de despacho divulgado nesta quarta-feira (9), no qual Moraes determina que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a conduta do parlamentar.

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O despacho se baseia em uma publicação feita no perfil de Eduardo Bolsonaro na rede social X em 29 de junho, durante manifestação do ex-presidente na Avenida Paulista. Na postagem, o deputado compartilhou um vídeo do também parlamentar Gustavo Gayer (PL-GO), com críticas em inglês ao processo conduzido pelo Supremo.

Na avaliação de Moraes, a publicação tem o objetivo de repercutir internacionalmente e “interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2.668/DF”, ação penal na qual Jair Bolsonaro responde por cinco crimes, entre eles o de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Tentativa de obstrução

Eduardo Bolsonaro é investigado em inquérito que apura obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação foi prorrogada por mais 60 dias nesta semana, a pedido da Polícia Federal, para permitir a realização de diligências ainda pendentes.

O parlamentar está atualmente nos Estados Unidos, sob alegação de ser vítima de “perseguição política”. A Polícia Federal também apura se ele tem atuado para pressionar o governo norte-americano a impor sanções contra autoridades brasileiras, entre elas ministros do STF.