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Muito ruído no mercado? UBS BB aposta em 3 ações do setor de energia e saneamento

- 10/04/2025 3 Visualizações 3 Pessoas viram 0 Comentários
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Em um cenário de alta volatilidade, impulsionado pela intensificação da guerra comercial após as tarifas impostas pelo governo Trump a seus parceiros comerciais, o UBS BB optou por revisar suas visões de alta convicção no setor de utilities (energia e saneamento).

Nesse contexto, o banco vê Copel (CPLE6), Sabesp (SBSP3) e Equatorial (EQTL3) como oportunidades atraentes, pois acredita que cada nome reflete uma forte combinação de fundamentos, suporte de avaliação e um caminho claro para retornos aos acionistas.

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Segundo relatório, a Copel oferece um rendimento de dividendos relativamente atraente de 7% para 2025, com potencial de valorização caso haja vendas de ativos. Eficiência de custos, crescimento líquido do RAB pode acelerar em 2026. Pode haver potencial de valorização com a reconcessão de Foz do Areia HPP no próximo Leilão de Reserva de Capacidade Energética.

O banco vê o risco regulatório como moderado para Copel, uma vez que a companhia opera nos segmentos de geração, transmissão e distribuição, cada um com dinâmicas regulatórias distintas. Os principais riscos incluem exposição aos mecanismos de precificação do risco hidrológico (GSF, PLD) e às regras em evolução no segmento de mercado livre.

O UBS também classifica o risco de execução como moderado, já que a Copel está passando por uma transformação estratégica. “A desmobilização de ativos e a expansão para transmissão exigem execução disciplinada”, comentam analistas. “A mudança contínua na direção estratégica testará a capacidade da empresa de entregar resultados operacionais alinhados com a criação de valor a longo prazo.”

Os analistas também destacam que o portfólio de geração da empresa é fortemente baseado em hidrelétricas, expondo-a à volatilidade de volume—embora as proteções contratuais proporcionem uma mitigação parcial. No segmento de distribuição, a Copel ainda enfrenta desafios com a gestão de perdas e indicadores de qualidade de serviço.

Com relação à alocação de capital, o banco ressalta que a gestão pós-privatização tem demonstrado maior disciplina de capital, com foco em retornos acima do custo de capital. “O renovado foco da empresa em eficiência e otimização do portfólio sinaliza um bom momento, embora ainda existam riscos em novos empreendimentos ou segmentos com desempenho abaixo do esperado.”

Confira as recomendações de ações do setor de utilities do UBS BB:

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Ações de utilities do UBS BB (Fonte: UBS BB)

Sabesp (SBSP3)

Os analistas acreditam que a privatização da Sabesp desbloqueou potencial operacional, melhorias regulatórias, alinhamento político credível, ganhos de eficiência ao longo dos anos, além de crescimento líquido do (Receitas Permitidas de Ativos Regulatórios) e EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) no futuro.

Leia mais: Como mercado vê o bilionário recebimento de precatórios para SBSP3?

A Sabesp está passando por uma transição importante, passando de uma empresa estatal para um modelo privado. Dessa forma, o risco regulatório é alto, pois o cenário regulatório está sendo redefinido por meio de um novo framework de concessão e supervisão da ARSESP. Os principais riscos incluem disputas legais, pressões políticas e a implementação da nova estrutura contratual e de governança.

Já o risco de execução é moderado a alto, com um plano de investimentos de mais de R$ 60 bilhões até 2029, colocando a Sabesp entre os maiores projetos de infraestrutura do setor. A execução exigirá disciplina em compras, construção e eficiência operacional, com o desafio central sendo equilibrar a intensidade de capital com controle de custos e (Indicadores Chave de Desempenho) KPIs operacionais.

O risco operacional é moderado, já que a cobertura de água é quase universal e a de esgoto ultrapassa 77%. No entanto, a empresa enfrenta riscos relacionados a perdas físicas, flutuações no consumo, secas e qualidade do serviço. As taxas de inadimplência estão em queda, mas ainda são um ponto de atenção, especialmente em períodos de estresse macroeconômico.

Equatorial (EQTL3)

Segundo o relatório, a Equatorial enfrenta riscos regulatórios moderados a altos, devido à operação em territórios desafiadores como Maranhão e Amapá, o que exige uma supervisão regulatória rigorosa e metas exigentes da ANEEL. Embora esses ativos apresentem riscos estruturais, a empresa se beneficia de um histórico de engajamento institucional construtivo e adaptação regulatória.

O risco de execução é alto, pois o modelo de crescimento da empresa depende de aquisições complexas e reestruturações operacionais, como ocorreu com Cemar, Celpa, Ceal, CEA e Alagoas. O desafio está não apenas na recuperação de ativos antigos, mas em manter o desempenho pós-integração e expandir para novos segmentos, como água e geração distribuída.

O risco operacional, por sua vez, é moderado, com perdas técnicas e não técnicas persistentes em algumas áreas, além de exposição a condições climáticas extremas e altas taxas de inadimplência em regiões de baixa renda. No entanto, o modelo de gestão da empresa tem mostrado eficácia em melhorar os KPIs, mesmo em condições adversas.

O risco de alocação de capital é moderado, já que, embora a Equatorial tenha entregue retornos consistentes com suas aquisições, sua diversificação crescente pode gerar dispersão estratégica.

Quanto ao risco de governança, é baixo, já que, apesar de ter um bloco controlador definido, a empresa opera com governança forte, com comitês técnicos ativos e divulgações transparentes, alinhando sua cultura de reestruturação à criação de valor a longo prazo.

CPFL (CPFE3)

Por outro lado, o UBS acredita que a CPFL (CPFE3) apresenta uma configuração mais cautelosa — embora o IRR (taxa interna de retorno) real de 10,8% não seja um dos mais atraentes sob sua cobertura, pois ela apresenta riscos relativamente menores, ao mesmo tempo que deve ter bons rendimentos de dividendos (9% em 2025 e 2026), ajudando a evitar armadilhas de valor.

Esse rendimento de dividendos pode ser ainda maior, dado o ganho judicial anunciado pela empresa hoje, no valor de R$ 4,7 bilhões, que, segundo estimativas do banco, pode adicionar 1,7% de rendimento de dividendos extras por ano, se distribuído ao longo de 5 anos.

Com relação ao risco regulatório, o UBS destaca que os debates sobre a acessibilidade das tarifas podem prejudicar os retornos a longo prazo. A integração vertical adiciona complexidade, mas também oferece diversificação de risco.

O forte histórico de entrega da CPFL fortalece a confiança em sua capacidade de executar um robusto pipeline de investimentos. Os riscos estão principalmente ligados a projetos greenfield em transmissão e energias renováveis—ambos os quais a empresa tem gerido historicamente com controle orçamentário rigoroso.

Já o risco operacional é baixo, na avaliação do banco, uma vez que os ativos de geração da CPFL estão bem contratados e amplamente protegidos contra a volatilidade hidrológica. No setor de distribuição, a CPFL exibe indicadores fortes para perdas, cobrança e confiabilidade do fornecimento—colocando-a entre os melhores desempenhos do setor privado.




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