Impulsionado pela Selic ainda em patamar alto, o mercado de debêntures segue a todo vapor no País – e está mais fácil do que nunca negociá-las antes do vencimento. Segundo levantamento do Bradesco BBI, houve forte aumento de indicadores de liquidez no segundo trimestre do ano, com recordes de volume, números de negócios e de debêntures negociadas, além de crescimento “expressivo” em debêntures incentivadas, aquelas que oferecem isenção de Imposto de Renda. O volume negociado de debêntures em geral no mercado secundário chegou a R$ 161 bilhões, uma alta de 28% na comparação com o mesmo período de 2023. Somente as debêntures incentivadas somaram R$ 50 bilhões em negócios, um avanço de 73% na comparação anual. Os analistas do banco afirmam que não veem uma reversão dessa tendência para o segundo semestre. Eles argumentam que os impulsionadores são fundos de renda fixa que seguem com fortes captações (R$ 197 bilhões no acumulado do ano), os spreads de crédito que estão estacionados abaixo dos níveis pré-pandemia, e as empresas que estão aproveitando a alta liquidez para fazer a gestão de seus passivos. Veja as debêntures mais negociadas no mercado secundário nos últimos 30 dias, em volume financeiro:
Houve movimentação relevante também no mercado primário, com R$ 135 bilhões em emissões de debêntures, recorde para um único trimestre. O montante superou em 60% o quarto trimestre de 2023, que até então tinha o recorde, com R$ 85,5 bilhões em emissões. Somente no mês de junho, o volume total de emissões somou R$ 53 bilhões, um avanço de 15% em relação a maio. Os papéis de crédito privado estão entre as principais apostas da gestora de multimercados Legacy, que escreveu em carta mensal que crédito é uma das classes de ativos brasileiros com melhor preço e menor risco frente ao cenário de juros e câmbio. Veja as debêntures mais negociadas no mercado secundário nos últimos 30 dias, em quantidade de negócios:
SpreadsSegundo estudo do Bradesco BBI, os spreads (taxa adicional oferecida além dos títulos públicos equivalentes) se mantiveram em estabilidade, acompanhando portanto a volatilidade vista recentemente pelos papéis do Tesouro Direto. O spread médio de 61 debêntures incentivadas com rating AAA sobre as NTN-Bs (Tesouro IPCA+) de referência ficou próximo de 0,2 ponto percentual, bem abaixo do pico de 0,80 p.p. verificado entre janeiro e março. Já nas debêntures incentivadas houve queda de 5 pontos base nos spreads, chegando a CDI + 1,36%. O levantamento considerou 183 títulos com vencimento a partir de 2026, com rating AAA. |
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