O anúncio de Elias Leal Lima como novo diretor financeiro (CFO) da Vivara (VIVA3), na noite de segunda-feira (20), foi bem recebido pelos analistas, que consideram a contratação um alívio para o mercado após quase um ano sem um executivo permanente na função. A definição do cargo é vista como um passo importante para reduzir as preocupações de governança, especialmente em um momento de mudanças recentes na liderança da companhia. Mas a percepção geral é de que a novidade não deve provocar alterações na estratégia ou nas operações no curto prazo. Com uma trajetória de mais de 15 anos, o executivo traz experiência em private equity, tendo atuado no Pátria Investimentos e no Hig Capital, além de passagens pela Kora Saúde, onde ocupou cargos de destaque em finanças, relações com investidores e fusões e aquisições. É por causa desse currículo que o Bradesco BBI acredita que o novo CFO pode contribuir para avanços na gestão de despesas, na otimização tributária e na condução da agenda de crescimento da Vivara. Apesar de considerar que o impacto no preço das ações seja limitado no curto prazo, o Bradesco BBI mantém uma visão positiva sobre a empresa. “Acreditamos ser prematuro assumir que as recentes mudanças na gestão da Vivara não terão quaisquer efeitos negativos nos fundamentos da empresa a longo prazo”, afirmam os estrategistas. A Vivara, conforme o banco, é vista como uma opção atrativa, com avaliação pouco exigente — negociada a um múltiplo de 8,4 vezes o preço/lucro estimado para 2025 — e aliando crescimento de vendas consistente a um retorno sobre o capital investido (Roic) superior a 20%. O Itaú BBA classificou o anúncio como neutro, destacando que a Vivara possui um perfil financeiro estável, com baixa alavancagem e poucas atividades relacionadas a fusões e aquisições (M&A). “Governança é um ponto de atenção para os investidores, e acreditamos que apenas o tempo trará maior conforto nesse aspecto”, dizem os analistas. O JPMorgan também considerou o movimento positivo, apesar de não esperar mudanças de curto prazo na estratégia da empresa. O banco diz que a Vivara, diferentemente de outras companhias no portfólio de Elias Lima, como a Kora Saúde, apresenta uma posição financeira confortável, com caixa líquido e geração consistente de fluxo de caixa livre. A XP Investimentos, por outro lado, reforçou que a chegada do novo CFO preenche uma posição relevante, aberta desde novembro de 2024. Pontuou também que o histórico recente da Kora Saúde, marcada por alta alavancagem em decorrência de uma estratégia de crescimento via M&A, pode ser um ponto de atenção no contexto da Vivara, que tem um perfil de endividamento muito mais conservador. AçõesA Vivara mantém uma perspectiva de crescimento com margens atrativas, sendo negociada a múltiplos considerados baixos. O Bradesco BBI mantém recomendação de outperform, com preço-alvo de R$ 35, enquanto o Itaú BBA projeta R$ 32 para o final de 2025. O JP Morgan também tem visão overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com ênfase no potencial de valorização das ações, negociadas a R$ 19,50 no momento do anúncio. Às 15h30, as ações da Vivara eram comercializadas a R$ 19,63, uma alta de 0,93%. Em janeiro, a companhia acumula alta de 2,45%, segundo dados do Ibovespa. |
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *