Lisboa (Reuters) – O novo governo de Portugal promete manter os orçamentos equilibrados e diz que continuará reduzindo a dívida pública do país e que realizará a privatização da companhia aérea TAP, conforme seu programa legislativo inaugural apresentado nesta quarta-feira (10). A coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, venceu a eleição de 10 de março por uma margem estreita, e os analistas esperam que seu governo seja instável em um Parlamento fragmentado. Sob a gestão socialista anterior, Portugal passou de um déficit de 0,3% em 2022 para um superávit orçamentário de 1,2% do PIB no ano passado, acima do esperado. Embora o Partido Socialista tenha previsto um superávit de 0,2% neste ano, o novo governo não forneceu previsões específicas. Privatização da TAPAlém disso, o governo não especificou se planeja vender a totalidade da TAP ou uma participação na companhia aérea. Montenegro disse à Reuters em dezembro que pretendia privatizar totalmente a TAP. O governo anterior aprovou a venda de pelo menos 51% da TAP em setembro, mas o processo foi paralisado. A privatização já atraiu o interesse de Lufthansa, Air France-KLM e IAG, proprietária da British Airways. O plano geral, que também inclui reduções de impostos para famílias e empresas, pensões mais altas e aumentos salariais para policiais, professores e médicos, será debatido no Parlamento nesta semana. Se nenhum partido apresentar uma moção de rejeição, ele será automaticamente aprovado. Pressão da extrema direitaCom apenas 80 assentos na legislatura de 230 lugares, a AD precisará do apoio do partido de extrema-direita Chega, que quadruplicou sua representação parlamentar para 50 assentos, ou dos socialistas, que garantiram 78 assentos, para aprovar a legislação. Montenegro tem se recusado repetidamente a negociar um acordo de longo prazo para apoio com o Chega, cuja rápida ascensão reflete uma inclinação política para o populismo de direita em toda a Europa. Os analistas esperam que o primeiro grande teste de sobrevivência do governo seja o projeto de lei orçamentária para 2025, no final do ano. No passado, a não aprovação de um orçamento costumava resultar em eleições antecipadas em Portugal. |
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