Concórdia – Uma operação de combate à corrupção no Sistema Único de Saúde (SUS) mobilizou forças de segurança de diferentes estados brasileiros nesta terça-feira, dia 15, incluindo busca e apreensão na casa de um médico em Concórdia.
A ação é coordenada pela Polícia Federal com apoio do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União (CGU), e investiga um esquema milionário de fraudes envolvendo médicos fantasmas contratados para atuar em hospitais públicos no Amapá.
Segundo as investigações, os profissionais de saúde eram contratados por meio de uma Organização Social de Saúde (OSS) para atuar em hospitais da rede pública estadual do Amapá. No entanto, os médicos sequer compareciam aos plantões, e muitos nunca sequer pisaram nas unidades de saúde, mesmo constando regularmente nas escalas de atendimento.
Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão: Dois em Macapá (AP), Dois no Pará (Belém e Ananindeua), e dois em Santa Catarina, sendo um deles na cidade de Concórdia.
O alvo do mandado em Concórdia seria um médico que figura nas escalas de plantão de hospitais do Amapá desde 2022, mas que, segundo a investigação, veio a Macapá apenas uma vez nos últimos dois anos. Durante esse período, ele teria recebido valores pelos plantões não realizados, inclusive em datas em que estaria viajando ao exterior.
A Polícia Federal estima que o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 60 milhões, valor repassado pela União ao estado do Amapá para custeio dos serviços médicos através da Organização Social de Saúde.
De acordo com a CGU, os envolvidos no esquema recebiam integralmente os valores dos plantões, mas em vez de cumprirem a carga horária contratada, realizavam outras atividades, inclusive pessoais, como viagens, sem qualquer prestação de serviço ao SUS.
As investigações seguem em sigilo, mas os envolvidos poderão responder por crimes como: peculato, fraude em licitação, falsidade ideológica, associação criminosa, entre outros.
A operação é mais um desdobramento da atuação integrada entre PF, Ministério Público e CGU no combate ao desvio de recursos públicos da saúde ? especialmente em contratos firmados com organizações sociais.
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