Os estragos causados pela maior enchente da história do Rio Grande do Sul continuam se traduzindo em números avassaladores e trágicos. Na manhã desta segunda-feira (6), em novo boletim divulgado pela Defesa Civil, foram confirmadas 83 mortes em todo o estado. Outros 4 óbitos estão sob investigação. Ainda de acordo com as autoridades gaúchas, 111 pessoas estão desaparecidas desde o início das fortes chuvas, no fim de abril. Até aqui, 276 pessoas ficaram feridas. Segundo o balanço mais recente da Defesa Civil, 141,3 mil pessoas estão fora de suas casas, das quais 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (em casas de familiares ou amigos). Até o momento, 345 das 496 cidades do Rio Grande do Sul foram impactadas pela tragédia, que afetou 850 mil pessoas. Guaíba segue acima dos 5 metrosO nível do rio Guaíba, na capital gaúcha, continua muito acima da chamada “cota de inundação”. Em uma medição feita por volta das 5h30 desta segunda, foi constatado que o patamar das águas estava em 5,26 metros – o limite para inundações é de 3 metros. O Guaíba registrou seu maior nível histórico na manhã de domingo, com 5,33 metros. Até então, o recorde havia sido alcançado na enchente de 1941 (4,76 metros). Segundo especialistas, mesmo com o arrefecimento das chuvas, o nível do Guaíba deve permanecer acima da “cota de inundação” pelo menos nos próximos 10 dias. A estimativa é a de que o nível das águas se estabilize em cerca de 4 metros nesse período. De acordo com projeções do do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o patamar deve se manter acima dos 5 metros ao menos pelos próximos 4 dias. Previsão de mais chuvasDe acordo com a Climatempo Meteorologia, o avanço de uma nova frente fria em algumas regiões do Rio Grande do Sul volta a aumentar a probabilidade de novas pancadas de chuva, principalmente a partir de quarta-feira (8), o que deixa o estado permanentemente em alerta. O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade, o que foi reconhecido pelo governo federal. Assim, o estado passa a ter condições de solicitar recursos federais excepcionais para ações de defesa civil, resgate, assistência humanitária, reconstrução de infraestrutura e restabelecimento de serviços essenciais (como água e energia). |
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