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Nvidia descarta novo modelo de chips para driblar restrições dos EUA contra China

- 29/05/2025 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
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Ainda não está nos planos da Nvidia (BDR: NVDC34) desenvolver novos modelos de chip para driblar as restrições de exportações à China promovidas pelos Estados Unidos, como vinha fazendo nos últimos anos. Enquanto aguarda por definições sobre os bloqueios, a companhia vê concorrentes ganhando mercado na segunda maior economia do mundo e busca por diversificação.

“Nós estamos esperando o governo americano decidir o que podemos ou não vender para a China”, diz o diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina, Marcio Aguiar, em entrevista ao InfoMoney. Ele explica que a escalada da guerra comercial entre os dois países não afetou apenas a companhia, mas todo o ecossistema de empresas que oferecem tecnologia para a segunda maior economia do mundo.

Desde que a venda dos modelos mais modernos da Nvidia para a China foram proibidos durante o governo do ex-presidente Joe Biden, a companhia passou de 95% de participação de mercado para 50%. Só não ficou menor porque a gigante desenvolvedora de hardware decidiu desenvolver versões dos seus chips adaptadas para cumprir as especificações de importações definidas pelos EUA.

Primeiro, a Nvidia desenvolveu a H100 sob medida e no limite tecnológico permitido pelas especificações americanas de exportações à China. Veio uma nova proibição. Sem problemas, a Nvidia desenvolveu a H20, tudo no limite tecnológico permitido para o mercado chinês.

Em 9 de abril de 2025, no entanto, a gestão de Donald Trump apertou ainda mais o cerco com a proibição de venda dos chips H20.

O resultado: as vendas foram US$ 2,5 bilhões menores no primeiro trimestre, segundo apontou em seu balanço publicado na quarta-feira (28). A empresa registrou uma baixa contábil de US$ 4,5 bilhões em estoque encalhado. Tudo isso apenas de 9 a 27 de abril, último dia do trimestre contabilizado nos resultados.

Parte da perda potencial até foi contida. A Nvidia literalmente desmontou algumas das GPUs que usavam o chip H20 para aproveitar as peças em produtos negociados em outros mercados, explica Aguiar. Também deu para aproveitar uma parte que nem chegou a ser montada.

Nada disso impediu que a maior empresa do setor no mundo apresentasse um lucro líquido de US$ 18,77 bilhões no primeiro trimestre fiscal de 2026 (o ano contábil segue o padrão usado nos EUA). O valor ajustado foi de US$ 19,89 bilhões, crescimento de 31% em relação ao mesmo período de 2024. A receita total somou US$ 44,06 bilhões, crescimento de 69% acima da expectativa do mercado.

Projeção conservadora

Mas o cenário de disputas com a China tornou as previsões da companhia mais conservadoras — o guidance de receita, na linguagem do mercado, veio em um patamar similar aos resultados atuais, US$ 45 bilhões. O valor considera US$ 8 bilhões em perdas devido ao controle de exportações.

“Queira ou não, o mercado financeiro, o mercado de tecnologia está olhando para a gente como o termômetro”, afirma Aguiar. “O governo americano está conseguindo enxergar que o simples fato de estar restringindo o acesso às últimas gerações de hardware e de software por parte do povo chinês não é o caminho correto.”

Na quarta-feira, um tribunal americano suspendeu a maior parte das tarifas globais impostas por Trump nos últimos meses. A decisão não inclui a regulamentação específica sobre chips.

Enquanto as decisões não avançam, a Nvidia tem se movimentado. “Sentimos que existe muita incerteza até então nesse mandato do presidente Trump. Estamos fazendo acordos, principalmente com nações no tema que chamamos de soberania de inteligência artificial”, contou Aguiar.

Recentemente a companhia anunciou supercomputadores nos Emirados Árabes Unidos e em Taiwan, bem como em uma próxima geração de infraestrutura para IA nos Estados Unidos. É o que tem levado a companhia a expandir seu ecossistema em parceiros como Oracle, SoftBank e OpenAI.




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