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O “terceiro fator” que entrou na conta para o maior ânimo com as ações brasileiras

- 26/03/2025 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
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Em uma semana marcada por reuniões com investidores nos EUA, os estrategistas do Bradesco BBI viram quem está de olho nos mercados emergentes ousando projetar que o período de forte desempenho relativo do primeiro trimestre podendo continuar, e ouviram evidências otimistas de realocações dos EUA para o exterior. No Brasil, por sinal, os estrategistas, ainda que cautelosos com o país, veem a rotação sendo um terceiro elemento de maior ânimo para os mercados.

“O sentimento do Brasil parece melhorar, com investidores dos EUA não querendo ‘perder o rali’, já que os catalisadores da eleição e da taxa de juros aparecem no horizonte. Isso embora uma minoria significativa esteja realizando lucros, assustada com o ritmo de recuperação e os aspectos técnicos esticados”, avaliam Ben Laidler e equipe em relatório.

Os investidores locais também parecem adicionar mais risco/beta (medida estatística que compara a volatilidade de uma ação com a volatilidade do mercado). Contudo, o BBI vê diferenças importantes em relação aos investidores estrangeiros.

“Os locais estão extremamente focados no ciclo eleitoral, movendo suas peças mais lentamente, pois esse catalisador ainda é visto como muito distante. E o poder de fogo dos investimentos é limitado pelas saídas contínuas para renda fixa [em meio aos juros altos]”, aponta a equipe de análise.

O México continua a dividir fortemente a opinião dos investidores entre os otimistas focados em valuations de empresas específicas e os mais pessimistas destacando incerteza.

Já olhando para a Argentina, a visão é de que o interesse dos investidores no país diminuiu claramente, junto com o desempenho do mercado, com o foco agora nos riscos do peso argentino e das negociações com o FMI e encontrando o potencial catalisador de alta a partir deste tema.

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O desempenho do Chile, impulsionado pelo cobre, atraiu a atenção antes do catalisador eleitoral de novembro, com o foco na seleção de ações. O rali no acumulado do ano da Colômbia foi visto como muito antecipado.

“Continuamos positivos em ações da América Latina em relação ao resto do mundo, com a região bem posicionada frente nosso alocador global”, apontam os estrategistas.

A Argentina segue como a sua principal escolha, com posição overweight (exposição acima da média), levando em conta seus catalisadores triplos de valuation, lucros e MSCI. As preocupações com câmbio já estão incorporadas aos preços dos ADRs (recibo de ações negociados nos EUA), segundo o banco.

O México (overweight) se aponta como o mercado mais barato e menos favorecido globalmente em sua estrutura, enquanto vê uma reclassificação gradual podendo ocorrer levando em conta o alívio dos riscos políticos que envolvem a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o presidente americano Trump. O Chile (neutro) foi impulsionado pelos preços mais altos do cobre e é o primeiro mercado latino-americano neste ciclo eleitoral que pode gerar uma grande reclassificação de avaliações, aponta o banco.

Neutro em Brasil, mas…

Para o Brasil, os estrategistas do BBI seguem neutros. A perspectiva do Brasil mostra gradual diminuição de risco, à medida que o crescimento desacelera com as taxas de juros em alta, e com os catalisadores do ciclo eleitoral e de taxas (mais baixas num futuro próximo) potencialmente se materializando mais cedo.

O banco adicionou um terceiro tema de recuperação no país relacionado aos mercados de capitais. O BBI vê os mercados do Brasil deprimidos e entre os proporcionalmente menores do mundo – porém, com uma rotação do mercado de ações global em andamento e a perspectiva de que as maiores taxas de juros reais do mundo caiam no Brasil, há uma visão de melhora à frente.

“Nosso caso base do Brasil é positivo (uma chance de 65%), mas a perspectiva ainda é desconfortavelmente binária, nos mantendo neutros em um contexto latino-americano por enquanto”, avalia a equipe do BBI.

Brasil: comprar ou não comprar?

Cabe ressaltar que o Morgan Stanley segue underweight (exposição abaixo da média) em América Latina principalmente devido às altas taxas de juros.

“As taxas podem permanecer mais altas por mais tempo, e o impacto continuará a pressionar o mercado brasileiro. Em meio a riscos de cauda, ​​crescimento em declínio, falta de progresso da política doméstica e taxas mais altas por mais tempo, nos inclinamos para temas seculares importantes que podem impulsionar a geração de alfa [que visa superar o mercado]”, aponta o Morgan.

Já o JPMorgan elevou em março a exposição ao Brasil para overweight apontando, entre os fatores, o cenário global que agora beneficia o Brasil (desde que os EUA não entrem em recessão).




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