(Foto: Kopenhagen | Reprodução)
Deal fechado. O rumor foi confirmado e a Nestlé, uma das maiores empresas alimentícias do mundo, decidiu expandir ainda mais sua presença no mercado brasileiro de chocolates e adquiriu a Kopenhagen.
O valor não foi divulgado oficialmente, mas as estimativas variam entre US$ 3 bi e US$ 4,5 bi.
A trajetória da Kopenhagen ?
Fundada em 1928 por um casal de empreendedores da Letônia, em São Paulo, a Kopenhagen passou por diversas fases até se tornar a potência que é hoje.
- Em 1996, foi adquirida pelo empresário Celso Ricardo de Moraes, que posicionou a marca em um segmento premium, que ainda não tinha players nacionais no Brasil. Funcionou bem.
- Em 2020, sob a liderança de Renata Moraes ? filha de Celso ?, a empresa registrou um faturamento de R$ 1,5 bilhão e contava com 900 lojas.
- Também em 2020, o fundo de Private Equity Advent investiu na Kopenhagen. Renata seguiu no cargo de CEO. Desde então, o grupo dobrou de tamanho, abrindo 500 novas lojas em três anos, totalizando mais de mil ? com 2 mil colaboradores.
Em 2023, o faturamento esperado é de R$ 1,7 bilhão. Até 2026, o plano é triplicar o número de lojas, atingindo 3 mil unidades no país, com expansão da Kopenhagen, e das outras marcas da empresa, Brasil Cacau e Kop Koffee.
Nestlé entra na jogada ?
A companhia adquiriu 100% da participação da Advent. Essa é a lógica dos fundos de Private Equity: eles compram negócios já maduros para acelerar seu crescimento e vendê-los no futuro.
Além de diversificar seu portfólio e acelerar um segmento de maior valor agregado, a empresa suíça vê potenciais sinergias, que nada mais são do que oportunidades de otimização dos negócios.
Essas ainda serão identificadas e devem começar pelas áreas de compras e administrativa, como forma de reduzir custos. Fora o potencial ganho de escala e eventuais sinergias de distribuição.
O futuro da Kopenhagen ?
(Foto: Kopenhagen | Divulgação)
A Nestlé planeja manter a Kopenhagen como uma unidade independente, respeitando sua produção e estratégia comercial. Isso permitirá manter o modelo artesanal escalável que foi desenvolvido ao longo dos anos.
O deal ainda pode dar errado? ?
A compra, que será submetida ao CADE nas próximas semanas, ainda está sujeita à aprovação do órgão regulador ? mas a Nestlé já fez uma consulta ao órgão antes, que deu um sinal positivo.
Inclusive, o deal ocorre cerca de três meses após o tribunal do Cade aprovar a compra da Garoto pela Nestlé ? uma briga que está na justiça desde 2004. Sim, duas décadas.