Você já deve ter visto vários memes zoando a Apple e sua fama de ser muito cara. Realmente, os produtos da maçã estão longe de ser os mais baratos.
Ainda mais no nosso Brasilzão. Por aqui, menos de 15% da população têm iPhone. Já em outros países, como nos EUA, o preço do celular da Apple não é proibitivo. Tanto que quase 60% dos norte-americanos usam o smartphone da marca.
Inclusive, apesar de todas as brincadeiras que circulam por aí, o preço do celular da maçã reduziu nos últimos anos, quando corrigido pela inflação:
Contrariando as expectativas de muitos?
O recém-anunciado iPhone 15 saiu por US$ 800, o mesmo preço do iPhone 14. Desde 2020, a companhia não alterou o valor do aparelho.
- Como a inflação dos EUA nos últimos anos foi relativamente alta, considerando o histórico do país, podemos dizer que o iPhone de entrada está mais barato que os anteriores.
Indo além? O modelo deste ano é o mais acessível desde que o primeiro iPhone foi lançado, em 2007. Possivelmente, em um bom momento, que pode ajudar a empresa a retomar o crescimento de unidades vendidas:
Do ano do lançamento até 2015, o número de aparelhos vendidos aumentou bastante todos os anos.
Mas, como você pode perceber, a primeira queda veio em 2016. Desde então, a quantidade de aparelhos vendidos patinou de lado ao longo dos anos. Só 2021 superou 2015.
- Como parte de seus esforços para reverter a situação, a Apple apostou em um aumento mais brusco dos preços. O racional? Se for para vender menos, que seja mais caro.
Em 2016, o iPhone 7 mais básico custava 650 dólares. Em 2017, o iPhone X de entrada foi lançado a 1.000 doletas. E as vendas aumentaram ? ainda que pouco ?, gerando bons resultados para a companhia. Apesar do valor de entrada ter reduzido nos anos seguintes.
Outra estratégia adotada pela companhia foi o lançamento das versões Pro e Pro Max, seguindo essa mesma lógica de aumentar o ticket médio do produto.
Vendendo menos, mas faturando mais ?
Em 2022, ainda que a quantidade de aparelhos vendidos tenha ficado abaixo de anos anteriores, foi o ano em que a Apple mais gerou dinheiro com iPhones ? US$ 200 bilhões.
Isso corresponde a cerca de 50% da receita gerada pela companhia no período. Pra te dar uma noção de grandeza, a empresa da maçã é a 7ª do mundo que mais gerou receita no último ano fiscal.
- Se ela só tivesse seu smartphone ? o carro-chefe da companhia ? ainda assim estaria entre os 30 maiores faturamentos, no mesmo patamar que a Microsoft. Pois é, só com o iPhone.
? Curiosidade: Do 4T18 em diante, a BIG TECH parou de reportar a quantidade de unidades de iPhones vendidos. Seu foco passou a ser mais na base já existente, de 1,5 bilhão de iPhones em circulação, e nos serviços.
Falando em serviços… ??
Pense que a companhia oferece uma série de assinaturas mensais, como Apple Music e mais espaço de armazenamento no iCloud, além de cobrar taxas da App Store, Apple Pay e outros.
Em vez de conquistar clientes, focar no LifeTime Value é outra forma de aumentar a receita. Em outras palavras, fazer os consumidores atuais pagarem mais pode ser mais fácil do que trazer novos clientes. That’s the logic.
Não por acaso, o segmento de serviços da empresa cresceu muito nos últimos anos. Já explicamos isso melhor aqui.