![]() A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (18), 23 militares por participação na suposta conspiração para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A investigação aponta que a trama envolvia uma organização criminosa estruturada em diferentes núcleos, visando deslegitimar o processo eleitoral e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. Segundo o relatório da Polícia Federal (PF), os acusados articularam um golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao funcionamento do Judiciário e da tentativa de intervenção militar. Entre os militares denunciados, sete ocupavam o posto de oficiais-generais, incluindo os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. A denúncia também afirma que a conspiração previa a prisão de autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e chegou a considerar ações violentas, como atentados contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo a denúncia, os militares acusados integravam, de maneira consciente e voluntária, uma organização criminosa que operou desde pelo menos 29 de junho de 2021 até 8 de janeiro de 2023, utilizando-se de violência e grave ameaça para impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito. Apesar da presença de militares no suposto plano, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o Exército foi “vítima” do plano. “É de ser observado que o próprio Exército foi vítima da conspirata. A sua participação no golpe foi objeto de constante procura e provocação por parte dos denunciados”, anotou Gonet ressaltando que os oficiais que resistiram sofreram ataques públicos. Entre os militares denunciados estão o próprio ex-presidente Bolsonaro e o seu então candidato a vice na chapa presidencial que concorreu em 2022, o general da reserva Walter Braga Netto, apontados como líderes do “núcleo crucial” da organização que teria planejado o suposto golpe de Estado. Os acusados e suas defesas negam a participação na suposta trama. A estrutura da tentativa de golpeA investigação aponta que a trama foi dividida em núcleos estratégicos:
Lista completa dos militares denunciados:
Próximos passos da denúnciaA denúncia foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Primeira Turma, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, decidirá se os acusados se tornarão réus. Caso a denúncia seja aceita, terá início a ação penal, na qual os réus poderão apresentar suas defesas formais. O julgamento poderá resultar em absolvição, arquivamento ou condenação, com penas máximas de até 43 anos de prisão para Bolsonaro e seus aliados. |
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