Maior alta do Ibovespa desde que o índice atingiu a máxima histórica no fim de agosto, a CSN Mineração (CMIN3) apresenta valorização de 15% desde 28 de agosto e 48% nos últimos 12 meses. Parte da alta pode ser explicada pelo cenário no exterior, com avanço do minério de ferro em setembro (ainda que com forte volatilidade em outubro). Por outro lado, alguns movimentos interno da companhia também justificam a movimentação. A trajetória do minério de ferro surpreendeu analistas em setembro. A commodity abriu o mês passado em um de seus menores patamares em muito tempo e apresentava, em 5 de setembro, cinco sessões de queda. O minério chegou a seu menor nível em um ano, em especial reagindo a dados econômicos chineses mais fracos. A situação se manteve durante o mês, em especial pela demanda fraca e oferta firme ainda apresentada. No fim de setembro, a guinada veio após anúncios de estímulos da China e a perspectiva de oferta mais leve. Os ganhos foram ampliados nas sessões seguintes e companhias como CSN Mineração (CMIN3) e CSN (CSNA3) se destacaram entre as maiores altas de setembro. Desde então, o minério voltou a cair, em especial após dados econômicos mais fracos na China e anúncios de estímulos aquém do esperado. Acompanhando o movimento, a CMIN3 passa por movimento de desvalorização nos últimos dias. Mesmo com variação negativa no mês, em -7,08%, o papel tem sido beneficiado nos últimos meses por alguns fatores micro também. A companhia tem sido uma das campeãs de recompra de ações nos últimos meses. A companhia recomprou cerca de 37 milhões de ações em setembro, segundo o Itaú BBA. De acordo com programa anunciado em julho de 2024, a intenção é de recompra de até 100 milhões de ações até dezembro de 2025. O programa tem por objetivo a aquisição de ações ordinárias para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. O percentual completado já foi de cerca de 53% e ainda faltam 47 milhões de papéis para recompra, avaliados em R$ 277 milhões, diz o BBA. Apesar disso, analistas ouvidos pelo InfoMoney consideram que, embora a recompra possa passar sinalização positiva para o mercado sobre o preço dos papéis, não seria possível atribuir a alta apenas a isso. Na visão dos especialistas, a movimentação do minério de ferro seria o principal motivo da alta observada no papel. Apesar disso, nessa semana, a empresa deve fechar com desvalorização. Na quarta-feira, os papéis tiveram queda de 0,67% após anuncio da CSN informando a venda de até 11% da CSN Mineração para a companhia japonesa Itochu. No dia seguinte, a notícia da venda por R$ 4,5 bilhões, prêmio de 26,9% frente a cotação de fechamento do dia anterior, fez com que as ações fechassem no campo positivo, com alta de 0,51%. Analistas, no geral, mostram ceticismo com as ações. De acordo com compilação LSEG, de 11 casas que cobrem a ação, 1 possui recomendação de compra, 5 possuem recomendação neutra e 5 recomendação de venda. O Morgan Stanley, por exemplo, tem recomendação equivalente à neutra para CMIN3 devido à falta de catalisadores claros e específicos da empresa no curto prazo. “Acreditamos que a interessante história de crescimento da empresa no médio prazo e a posição de custo favorável agora estão melhor refletidas nas ações. As ações da CMIN3 estão sendo negociadas basicamente em linha com sua média histórica com nossa projeção de Ebitda para 2025″, afirmam os analistas. |
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