Zuck tá com medo? Como você já deve ter lido aqui, a Apple anunciou o lançamento do Vision Pro, seu óculos de realidade aumentada.
Com isso, a empresa da maçã entra de cabeça no mercado de óculos AR/VR, avaliado em mais de US$ 30 bilhões.
- Para te dar uma noção de grandeza? O segmento de smartwatches, que já existe a mais tempo e é mais desenvolvido, movimenta quase US$ 45 bilhões por ano.
Essa aposta da Apple mostra que a companhia acredita que seus novos óculos vão ajudá-la a nadar nesse mar de dinheiro ? e pegar sua fatia do bolo. ?
Depois de um lançamento tão expressivo, é claro que Zuck não ia ficar quieto. O CEO da Meta fez uma reunião para dizer o que achou da novidade.
Sabe por que isso importa tanto para ele?
(Imagem: Brett Pearce / CNET | Reprodução)
Anos atrás, em 2014, a Meta ? que ainda chamava Facebook ? comprou a Oculus VR, líder em tecnologia de realidade virtual imersiva, por cerca de US$ 2 bilhões.
- Na época, Zuck disse que o celular era a plataforma daquele momento e que, agora, a empresa também estava se “preparando para as plataformas de amanhã”.
Perceba que ele já apostava que o futuro da comunicação e das experiências sociais seria em um óculos de realidade virtual.
De lá pra cá? A empresa adquiriu algumas empresas complementares, como a Luxexcel, de lentes de prescrição para óculos inteligentes, visando ter mais tecnologias e recursos para adicionar aos seus óculos Quest.
Antes de falarmos da percepção do magnata do social media, vale destacar que seu Quest é o líder absoluto do mercado global, responsável por cerca de 80% das unidades vendidas:
Só para esclarecer, realidade estendida (XR) engloba realidade virtual, aumentada e mista.
Agora, sim: O que o Zuck disse na reunião para seu time? ?
Como o bilionário realmente se sentiu, só ele e seus executivos devem saber. Mas, em linhas gerais, seu discurso girou em torno da seguinte ideia:
?Acho que o anúncio deles realmente mostra a diferença nos valores e na visão que nossas empresas tem sobre isso de uma forma que considero muito importante?.
Essas foram as principais pautas do e-mail do Mark:
1) A revelação foi uma novidade para Zuck ?
Ele disse que estava muito curioso para ver o produto da Apple e que vai começar a prestar atenção em como as pessoas o usam.
2) Nada demais? ????
O CEO da Meta disse que o produto da Apple não tem nenhuma “solução mágica” que suas equipes não tenham explorado e pensado, e destacou que o Vision Pro requer muita energia e faz com que precise de uma bateria conectada por um fio.
Ele aproveitou para reforçar que já venderam dezenas de milhões de Quests.
3) O produto da Apple é caro ?
Enquanto o Vision Pro será lançado por US$ 3500, o Meta Quest mais barato é US$ 300. Segundo Zuck, o objetivo da Meta é ter produtos mais acessíveis possível.
4) Foco no metaverso ?
A visão da Meta consiste no metaverso e na interação social, e destacou que, no vídeo da Apple, as pessoas apareciam sempre sozinhas em um sofá ? embora, na verdade, o vídeo tenha cenas de pessoas interagindo entre si.
- Para Zuck, ainda que esse seja o futuro da computação, não é o que ele quer, e as duas empresas estão seguindo filosofias diferentes.
O CEO da BIG TECH finalizou dizendo que isso lhe deixou ainda mais empolgado e otimista com a jornada que sua empresa terá pela frente. Nas palavras de Zuck, ?it?s going to be a fun journey?.
Vale destacar que a Meta já anunciou o Quest 3, que lançará ainda neste ano, por US$ 500. Essa briga vai ser boa? Para ler a fala completa do Zuck, clique aqui.
High tide raises all boats ??
INSIGHT
(Foto: MEGA | Reprodução)
Você já ouviu essa frase? Ela tem tudo a ver com o que você acabou de ler sobre o mercado de óculos de realidade estendida.
Na tradução, ficaria algo como: ?A maré alta levanta todos os barcos?.
A ideia por trás é a seguinte?
Imagine que o mercado de óculos AR/VR é um mar, enquanto A Meta e os outros players do setor são barcos. Quando a maré subir, todos os barcos subirão.
A partir do momento em que a Apple entra no mercado, tudo muda. O movimento da BIG TECH pode atrair novos players, trazer mais investimentos, atrair mais clientes e por aí vai.
- É claro que ter a Apple como concorrente não deve ser nada fácil. Mas, de certa forma, sua entrada no mercado pode ser positiva para as outras empresas do setor.
Pense em uma pessoa que nunca ouviu falar nesse tipo óculos e, ao ver o lançamento da Apple, se interessou no produto. No entanto, ela acha o Vision Pro muito caro.
Então, ela descobre que existe o Quest, da Meta, que tem uma proposta parecida, mas tem uma versão 90% mais barata que o da empresa da maçã. Nesse caso, a Meta teria ganho um cliente graças a Apple. Entendeu a lógica?
No fim das contas, a entrada de Tim Cook e cia. nesse mercado eleva a categoria como um todo.