![]() Investir fora é uma boa forma de diversificar a carteira e escapar um pouco do famoso “risco Brasil”. E o melhor: dá para fazer isso sem abrir conta em corretora estrangeira. Os BDRs – certificados que representam ações de empresas do exterior, mas são negociados na B3 – permitem essa exposição internacional de forma prática. Mas é preciso escolher com cuidado, mostra estudo. Um levantamento da Economatica, feito a pedido do InfoMoney, mostra que entre os 257 BDRs com liquidez suficiente para análise (de um total de 868), 72% tiveram desempenho positivo em relação ao Ibovespa em diferentes períodos , com prêmio médio de 229,5% – ou seja, o triplo do índice brasileiro. Mas essa média esconde uma grande disparidade. Os dados mostram que poucos títulos têm puxado a alta, carregando o desempenho positivo nas costas. É um cenário semelhante ao observado nas ações brasileiras e também no mercado global, em que uma pequena minoria de empresas concentra praticamente todo o retorno positivo Melhores desempenhosNo períodos analisados, o melhor desempenho foi de 6.890,91% (68 vezes mais que o Ibovespa), registrado pela empresa americana de desenvolvimento Microstrategy (M2ST34), na faixa dos 2 anos. Outras firmas tecnologia, como Pantir Technologies (P2LT34), Nvidia (NVDC34) e Broadcom (AVGO34), também registram bons retornos. Felipe Pontes, COO da Economatica PhD em contabilidade, disse que alguns fatores gerais impactaram o desempenho positivo dos BDRs, como a forte alta do dólar e o fato de o ”Ibovespa ter ido muito mal por questões macro do Brasil”. Mas fatores específicos também ajudaram muito, falou, como o ”’call’ de cripto (aposta positiva no setor) e alavancagem (uma espécie de treasury company) da Microstrategy. A empresa, fundada por Michael J. Saylor, se tornou o negócio “mais quente” de Wall Street após adotar o Bitcoin (BTC) como principal reserva de valor. Como a cripto está em uma maré positiva há bastante tempo, o papel da companhia sobe junto. Hoje, a Microstrategy tem 597.325 mil unidades de BTC, o equivalente a US$ 64,51 bilhões. Bruno Rocio, assessor de investimentos na Raro Investimentos e planejador financeiro CFP®, falou para a reportagem que, na maioria dos casos, essas empresas de destaque são de setores de alto crescimento e têm margens altas, grande retorno sobre o capital (ROIC, ROE) e crescimento de receita consistente. “Os modelos de negócio costumam ser recorrentes (assinaturas, plataformas) e menos cíclicos que commodities e bancos (muito presentes no Ibovespa)”, falou. Abaixo, veja os 10 BDRs que registram o melhor desempenho em relação ao Ibovespa em diferentes períodos (1,2,3,5 e 10 anos). Importante frisar que, se alguém estiver interessado em montar uma carteira de BDRs, a performance passada de um papel não é uma boa garantia de desempenho futuro. BDRs que superaram o IBOV em 1 ano:
BDRs que superaram o IBOV em 2 anos:
BDRs que superaram o IBOV em 3 anos:
BDRs que superaram o IBOV em 5 anos:
BDRs que superaram o IBOV em 10 anos:
O que analisar antes de investir em um BDR?Segundo Pontes, da Economatica, a lógica de análise para investir em BDRs é essencialmente a mesma usada ao avaliar ações listadas na Bolsa. “Se o investidor é da escola fundamentalista, deve observar os fundamentos da empresa por trás do BDR. Se segue a análise técnica, o raciocínio é o mesmo”, explicou. No entanto, ele falou que há características específicas dos BDRs que merecem atenção extra. Entre elas estão:
Como equilibrar entre BDRs e ações brasileiras?Rocio, da Raro Investimentos, disse que os BDRs fazem mais sentido para investidores que desejam diversificação internacional, exposição a empresas globais e proteção cambial natural. “Eles geralmente são indicados para Investidores com perfil moderado e agressivo têm maior tolerância a volatilidade e buscam crescimento de capital no longo prazo”, falou. Na hora de equilibrar BDRs e ações brasileiras na carteira, Rocio disse que o investidor deve levar em conta seu perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos – como crescimento, geração de renda ou proteção. ”Uma boa prática é criar faixas percentuais baseadas em cenários macroeconômicos e nos objetivos da carteira. Ou ainda considerar percentuais pré-determinados com base em diversificação geográfica”, afirmou. |
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