O Parlamento da Nicarágua, dominado pelo partido governista Frente Sandinista, aprovou, na sexta-feira (22), uma reforma constitucional para dar mais poder ao ditador Daniel Ortega e a sua esposa, a vice-presidente, assim como à força policial e aos militares do país da América Central. A reforma aumenta o controle do presidente sobre a imprensa, estende o mandato presidencial de cinco para seis anos e muda os papéis de vice-presidente e presidente para “copresidentes”. A vice-presidente Rosario Murillo, esposa de Ortega, agora se tornará sua copresidente. Os dois são casados desde 2005 e ela se tornou vice-presidente em 2017. Ortega vem reprimindo dissidentes nos últimos anos. Mais de 200 presos políticos foram libertados no ano passado e expulsos para os Estados Unidos, incluindo cinco ex-candidatos presidenciais que haviam sido presos após tentar desafiar o cada vez mais autoritário Ortega na eleição de 2021. Sob a nova reforma, os copresidentes terão controle sobre o Legislativo, Judiciário e órgãos eleitorais, administração pública e órgãos de supervisão, bem como entidades autônomas. Ela também determina que o Estado garantirá que a mídia não esteja “sujeita a interesses estrangeiros e não divulgue notícias falsas”. A reforma precisa passar por uma segunda votação legislativa no próximo ano antes de se tornar lei. Críticos do governo dizem que as reformas legalizam o “poder absoluto” já exercido há anos por Ortega e Murillo. A Organização dos Estados Americanos (OEA) disse Ortega e Murillo pretendem “aumentar seu controle absoluto do Estado e manter sua posição no poder”. (Com Reuters)
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