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Judiciário

PF: Prefeito de São Bernardo usava celular clandestino e códigos para ocultar esquema

- 15/08/2025 7 Visualizações 7 Pessoas viram 0 Comentários
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A Polícia Federal revelou que o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), que levou ao afastamento do prefeito Marcelo Lima (Podemos), utilizava celulares “clandestinos” e códigos para ocultar a identidade dos envolvidos.

As apurações, confirmadas pelo G1, indicam o pagamento de despesas pessoais da família do prefeito com recursos desviados de contratos públicos.

A Operação Estafeta, deflagrada na quarta-feira (14), prendeu dois empresários e um servidor municipal, determinou tornozeleira eletrônica para investigados e afastou Lima do cargo por um ano. Segundo a PF, a estrutura criminosa desviava recursos da prefeitura e da Fundação ABC em contratos de obras, saúde e manutenção, entre outros serviços.

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O grupo era dividido em três frentes: empresarial, político e financeiro. O principal operador, Paulo Iran Paulino Costa, atuava como auxiliar legislativo no gabinete do deputado Rodrigo Moraes (PL) e é apontado como responsável por arrecadar e distribuir propinas. Ele está foragido.

A investigação descobriu que Paulo Iran e o servidor Antonio Rene da Silva Chagas, diretor na Secretaria de Coordenação Governamental, se comunicavam por dois celulares: um pessoal e outro reservado para tratar do caixa paralelo. Nesse aparelho, usavam apelidos como “lixo” ou “saúde” para se referir a empresas, e “Bibi” para identificar Gabriele, filha do prefeito.

Outros códigos incluíam “Americanos” (dólares), “Kilos” (milhares de reais) e “Zana” (Rosangela dos Santos Lima Fernandes, primeira-dama). Mensagens e anotações em post-its registravam os repasses.

Despesas da família do prefeito

A PF afirma que Paulo Iran organizava e quitava contas pessoais da família do prefeito, incluindo mensalidades da faculdade de medicina da filha, no valor de R$ 8.284,95, lançada no fluxo de caixa clandestino como “boleto Bibi”.

Em julho, a investigação ganhou fôlego após a apreensão fortuita de quase R$ 14 milhões em espécie com Paulo Iran — parte no carro, parte no apartamento. A quantia incluía US$ 157 mil (cerca de R$ 849 mil).

Medidas judiciais

O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou 20 mandados de busca e apreensão e a quebra de sigilos bancário e fiscal em São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema. Também determinou afastamentos de cargos e monitoramento eletrônico de investigados.

O deputado Rodrigo Moraes afirmou que irá exonerar Paulo Iran e que “não aceita qualquer suspeita de corrupção” em seu mandato. A defesa de Paulo Iran disse que aguardará acesso aos autos para se manifestar.




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