![]() Em meio a uma sessão de forte turbulência nos mercados globais, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, alertou que os aumentos tarifários anunciados por Donald Trump devem provocar uma combinação perigosa para a economia dos EUA: inflação mais alta e crescimento mais fraco. “Agora está ficando claro que os aumentos tarifários serão significativamente maiores do que o esperado”, afirmou Powell nesta sexta-feira (4), durante conferência na Virgínia. “O mesmo deve ocorrer com seus efeitos econômicos.” As declarações vêm apenas pouco depois de Trump pressionar publicamente o Fed por cortes nos juros, escrevendo em sua rede Truth Social: “Este seria o momento PERFEITO para o presidente do Fed, Jerome Powell, cortar as taxas de juros”. Powell, no entanto, foi enfático ao afirmar que o Fed ainda está avaliando os impactos da guerra comercial, destacando que “a incerteza permanece elevada” sobre quais tarifas entrarão em vigor, por quanto tempo e qual será o grau de resposta dos parceiros comerciais dos EUA. Por ora, o presidente do Fed indicou que o banco central deve manter a taxa básica entre 4,25% e 4,5% enquanto monitora os desdobramentos. Mas o tom de alerta marcou sua fala: “Há riscos elevados tanto de uma inflação mais persistente quanto de uma alta no desemprego”. Para o Fed, o principal desafio será evitar que os choques tarifários causem uma escalada inflacionária duradoura. “Nosso dever é manter bem ancoradas as expectativas de inflação de longo prazo e impedir que um aumento pontual de preços se torne um problema contínuo”, disse Powell. As falas de Powell reforçam o temor de agentes econômicos, que passaram a projetar chance maior de retração econômica nos EUA, além do risco de estagflação, cenário que alia preços altos com fraqueza econômica. Guerra comercialA nova rodada de tarifas anunciadas por Trump – uma tarifa global de 10% sobre importações, com sobretaxas ainda maiores sobre produtos chineses – foi seguida por uma retaliação de Pequim, que anunciou tarifas de até 34% sobre exportações americanas. Em reação, o índice S&P 500 caminhava para fechar sua pior semana desde o início da pandemia, há cinco anos. Além disso, o dólar disparava globalmente, em meio a expectativas de cortes de juros mais profundos pelo Fed. |
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