Em meio à piora dos indicadores de saúde respiratória no Sul do país, a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, destaca que nenhuma das pessoas que morreram por gripe ou Covid-19 neste ano havia se vacinado contra os vírus. A informação foi divulgada na última terça-feira (27) pela Diretoria de Vigilância em Saúde do município.

Até o momento, foram confirmadas nove mortes — seis causadas pela Covid-19 e três pela influenza — todas em pessoas que não foram imunizadas. O levantamento reacendeu o alerta para a baixa cobertura vacinal na capital gaúcha, especialmente entre idosos e crianças, os dois grupos com maior risco de agravamento.

Alta de casos graves

Além dos óbitos por vírus respiratórios, Porto Alegre já contabiliza 1.183 notificações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em 2025. O número preocupa as autoridades, que declararam estado de emergência em saúde pública no dia 16 de maio.

Na quinta-feira (29), a Fiocruz informou, por meio do boletim semanal InfoGripe, que 72,5% das mortes por SRAG foram causadas pela influenza A; 1,4% pela influenza B; 12,6% pelo VSR; 9,7% pelo rinovírus; e 5,9% pelo Sars-CoV-2.

A maior parte dos casos graves se concentra em crianças menores de 5 anos e em adultos com mais de 60 anos. Do total de registros entre moradores da cidade, 45 evoluíram para morte. Outros 161 casos ainda estão sob investigação.

A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma complicação respiratória potencialmente fatal, causada por infecções como gripe, Covid-19 e vírus sincicial respiratório. Ela pode provocar inflamações nos pulmões, febre persistente, falta de ar e outros sintomas graves que exigem internação.

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Imunização abaixo do ideal

Mesmo com o avanço da SRAG, a cobertura vacinal contra a gripe continua longe da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 90% nos grupos prioritários. Em 2025, a taxa entre crianças, idosos e gestantes não ultrapassa 32% no Brasil. Segundo dados da Prefeitura de Porto Alegre, apenas 28% das crianças e menos da metade dos idosos receberam a vacina.

Desde 15 de maio, o Rio Grande do Sul liberou a vacinação contra a gripe para toda a população a partir dos 6 anos de idade. Outros estados, como São Paulo, Bahia, Amazonas, Paraná e Santa Catarina, também ampliaram o público-alvo. Para se vacinar, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e verificar a disponibilidade.

Inverno deve agravar cenário

Com a chegada do frio, os casos de infecções respiratórias aumentam em todo o território nacional. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro já operam em níveis de alerta ou alto risco para SRAG, e outras capitais devem seguir o mesmo caminho nas próximas semanas.

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Especialistas reforçam que medidas simples — como manter a vacinação em dia, evitar aglomerações em locais fechados e garantir boa ventilação — continuam sendo essenciais para evitar surtos mais severos. Além disso, é recomendado procurar ajuda médica ao primeiro sinal de sintomas respiratórios graves.