A agenda econômica desta sexta-feira (11) no Brasil traz dois indicadores acompanhados de perto por investidores: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de fevereiro e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março. O IBC-Br funciona como uma prévia do PIB e ajuda a calibrar as expectativas em relação à condução da política monetária. Já o IPCA, indicador oficial da inflação, pode reforçar ou suavizar a leitura sobre a trajetória dos preços nos próximos meses e influenciar as apostas sobre a taxa Selic.

Os dados divulgados na véspera pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o setor de serviços cresceu 0,8% em fevereiro, acima do previsto, impulsionado principalmente pelas atividades de informação e comunicação. Esse desempenho ajudou a reverter a queda registrada em janeiro e levou o volume de serviços a um nível 4,2% superior ao de fevereiro de 2024.

Nos Estados Unidos, o foco dos agentes econômicos hoje se volta para os preços ao produtor de março, divulgados às 9h30 (horário de Brasília), e para o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, às 11h. Os dois dados são relevantes para calibrar as expectativas em relação à inflação e aos próximos passos do Federal Reserve, especialmente após a leitura recente dos preços ao consumidor ter vindo acima do consenso.

No âmbito corporativo, Morgan Stanley, Wells Fargo, JPMorgan Chase e BlackRock darão o pontapé inicial à temporada de resultados do primeiro trimestre em Wall Street.

O que vai mexer com o mercado nesta sexta

Agenda

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, tem a seguinte agenda para hoje: às 8h50, participa de uma entrevista ao vivo na Bandnews. Em seguida, às 10h, se reúne com Dyogo Oliveira, Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG). Às 15h00, terá uma reunião com Gabriela Chaves Schwery Comazzetto, Diretora Geral de Negócios Latam do TikTok & Bytedance.

O presidente Lula tem encontro com Sidônio Palmeira e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação Social). Às 10h30, reunião com Camilo Santana (Ministro da Educação); às 14h40, com Marcos Rogério de Souza (Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil); às 15h00, com Esther Dweck (Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos); e às 16h00, com o Embaixador André Corrêa do Lago (Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty e Presidente da COP30).

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, tem, audiência com Daniel Vorcaro, Presidente do Banco Master, e Augusto Ferreira Lima, CEO, a partir das 9h. Das 11h, encontra-se com Luiz Cezar Fernandes, Diretor do Invixx Investimentos, e André Guilherme Pereira Perfeito, Economista-Chefe. À tarde, às 14h, realiza uma audiência por videoconferência com Gabriel Hartung, Sócio e Head de Juros Brasil da SPX Capital, Beny Parnes, Sócio e Economista-Chefe, e Kim Ardison, Sócio e Gestor de Moedas. Das 15h30 às 16h30, se encontra com Andréa Bastos Damico, Founder and CEO da Buysidebrazil Consultoria Econômica, Mirella Hirakawa, Coordenadora de Pesquisa, e Alfredo Menezes, Senior Advisor da Buysidebrazil e Founder da Armor Capital. Para finalizar, das 16h30 às 17h30, reunião com Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil.

Brasil

9h – IBC-Br (fevereiro)

9h – IPCA (março)

EUA

9h30 – Preços ao produtor (março)

11h – Confiança do consumidor (abril)

Leia também

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Internacional

Retaliação

A China retaliou nesta sexta-feira contra as tarifas recíprocas do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentando seus impostos sobre produtos norte-americanos de 84% para 125%, de acordo com uma declaração da Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado. A medida vem após o governo Trump confirmar na quinta-feira que a tarifa dos EUA sobre importações chinesas agora totaliza 145%.

Suspenção

A China suspendeu a compra de carne bovina de 60% dos fornecedores dos EUA, em meio à guerra tarifária com o governo Trump. A medida pode abrir espaço para o Brasil ampliar suas exportações, já que o país asiático é o principal destino da carne bovina brasileira. Em 2024, as vendas somaram mais de 1 milhão de toneladas, gerando US$ 6 bilhões. A expectativa é que a visita do presidente Lula à China em maio fortaleça ainda mais essa parceria.

Possível manipulação

A senadora americana Elizabeth Warren pediu investigação sobre possível manipulação de mercado por parte de Trump e aliados, após oscilações atípicas ligadas à guerra comercial com a China. A suspeita é que informações sobre mudanças na política tarifária tenham vazado antes do anúncio oficial, beneficiando aliados. Trump sugeriu publicamente que era um “ótimo momento para comprar”, pouco antes de recuar nas tarifas. O Dow Jones disparou 3 mil pontos e ações como as da Tesla subiram 22%. Parlamentares democratas questionam se houve uso de informação privilegiada. A Casa Branca não comentou.

Insatisfeitos

Pesquisa YouGov para The Economist mostra queda na aprovação de Donald Trump: 51% desaprovam sua gestão, contra 43% que aprovam. A condução da economia é um dos principais focos de insatisfação, com 51% de desaprovação. A política tarifária também enfrenta resistência: 52% rejeitam as tarifas mínimas de 10% sobre importações. A maioria teme alta de preços, retaliações e danos à imagem dos EUA. Só 17% apoiam um possível terceiro mandato de Trump.

Economia

Orçamento 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quinta, 10, com dois vetos, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. A lei foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O primeiro veto, de R$ 40,2 milhões ao Ministério do Transportes foi sobre mudanças feitas pelo Congresso que colocavam dinheiro em obras com locais específicos, usando despesas discricionárias do Poder Executivo. O presidente vetou ainda R$ 2,97 bilhões em despesas financeiras do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que seriam destinados a financiamentos com retorno.

PAC

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já executou R$ 711 bilhões em investimentos até o fim de 2024 — mais da metade do total previsto para o governo Lula até 2026. A carteira soma 23 mil obras, mas quase metade ainda está na fase preparatória. A maior parte dos recursos veio do setor privado (R$ 345,7 bilhões), seguido por financiamentos (R$ 183,1 bilhões). Programas como Minha Casa, Minha Vida e Água para Todos integram o pacote.

Conta de luz

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a ampliação da isenção na conta de luz para famílias que consomem até 80 kWh por mês, o que poderia beneficiar até 60 milhões de brasileiros. A proposta, que deve ser enviada à Casa Civil ainda neste mês, enfrenta resistência da equipe econômica. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, negou que o tema esteja em estudo na pasta ou no Planalto. A proposta busca corrigir distorções tarifárias e ampliar a tarifa social.

Imposto de Renda

Pesquisa Datafolha mostra que 76% dos brasileiros apoiam o aumento do Imposto de Renda para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês. A medida tem mais adesão popular do que a proposta de isenção para salários de até R$ 5 mil, que conta com 70% de apoio. Apesar disso, a população se divide sobre a aprovação no Congresso: 49% acham que será rejeitada e 47% creem que será aprovada. As propostas integram a estratégia do governo Lula na reforma tributária.

Futura queda

As vendas no varejo devem cair 3,21% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo projeção do Ibevar-FIA Business School. No acumulado do ano, a retração estimada é de 1,94%. Dos 12 segmentos analisados pelo IBGE, 9 devem registrar queda. “O consumo anabolizado está perdendo fôlego”, afirma Claudio Felisoni, presidente do Ibevar. Livros, papelaria, móveis e vestuário estão entre os setores mais afetados.

Política

Encontro

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir o projeto que propõe anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. O PL afirma já ter 246 das 257 assinaturas necessárias para levar o texto direto ao plenário.

Motta, no entanto, segundo a CNN, condicionou a votação do projeto de anistia a um acordo com o Senado. Ele indicou que não pretende assumir sozinho o desgaste político, já que há resistência entre senadores e líderes partidários. A proposta, defendida por Jair Bolsonaro (PL), deve seguir para uma comissão especial. O governo, o STF e a maioria dos líderes da Câmara são contrários ao texto.

Novo ministro das Comunicações

O Palácio do Planalto anunciou ontem (10) a nomeação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) como o novo ministro das Comunicações.

Texto alternativo

Deputados da Comissão de Segurança Pública articulam um texto alternativo à PEC do governo sobre segurança. O grupo, liderado pelo presidente da comissão, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), deve apresentar a proposta na próxima terça (15). A ideia é apensar o novo texto à PEC original e outras semelhantes. Entre os pontos defendidos estão a mudança do nome das guardas municipais para “Polícia Municipal” e o compartilhamento de responsabilidades entre União, estados e municípios.

Supersalários

Levantamento do Ranking dos Políticos mostra que a maioria dos parlamentares defende a regulamentação dos supersalários no serviço público. Entre os ouvidos, 85,5% dos deputados e 92,4% dos senadores são favoráveis à medida. No entanto, há divergência sobre o que deve ser incluído no teto. Apenas 46,8% dos deputados e 46,2% dos senadores defendem que todos os proventos estejam sujeitos ao limite constitucional. O estudo ouviu 111 deputados e 26 senadores entre 19 e 20 de março.

Grupo

O CNJ criou um grupo de trabalho para elaborar um anteprojeto de emenda à Constituição sobre a reforma processual tributária. O objetivo é evitar conflitos de competência entre as justiças federal e estadual na aplicação da CBS e do IBS, novos tributos da reforma. O grupo tem 45 dias para apresentar sua proposta e é presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Entre os membros estão Cristiano Zanin (STF), Paulo Sérgio Domingues (STJ) e representantes da AGU, PGFN e associações de magistrados e procuradores.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)