Após uma semana agitada por IPCA e resultados corporativos, os próximos dias seguem com a reta final da temporada de balanços no Brasil e com a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça-feira (14). O feriado da quarta-feira na B3, que terá a Bolsa fechada, encerra a divulgação dos resultados, ainda que o dia permaneça agitado em divulgações de indicadores nos EUA.

Sobre o dado que demonstra a temperatura do setor de serviços no Brasil, o Itaú espera desaceleração.

“Estimamos que o setor de serviços recue 0,3% em relação ao mês anterior/ajustado sazonalmente (-0,9% em relação ao ano anterior), com sinais mistos em seus segmentos. Em relação ao componente de serviços oferecidos às famílias, esperamos um crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior/ajustado sazonalmente, compensando parcialmente a queda de 3,8% no mês anterior”, explica.

O dado é especialmente relevante para o acompanhamento do PIB e o banco indica que as projeções para PMS poderão mudar de acordo com alguns “dados coincidentes ainda não divulgados”.

Na terça-feira, haverá também a divulgação do índice de confiança do empresário industrial (ICEI) de novembro, pela CNI. Após o feriado de quarta, a agenda de indicadores de atividade econômica segue movimentada, com a apresentação dos dados do índice IBC-Br de atividade econômica, considerado uma prévia do PIB do Banco Central na quinta-feira (16).

“Em relação ao índice IBC-Br, esperamos estabilidade (0,0% em relação ao mês anterior/ajustado sazonalmente; +0,6% em relação ao ano anterior), embora esse número possa mudar de acordo com os resultados do PMS”, considera a equipe econômica chefiada por Mario Mesquita.

Na quinta-feira, será também apresentado o dado de IPC-S semanal, pela FGV. A semana será encerrada com a apresentação da IPC-S pela FIPE e pelos dados de IGP-10 pela FGV.

“Esperamos um aumento mensal de 0,45%, levando a taxa anual para -3,9%, ante -4,9% em outubro. Os preços industriais no atacado podem desacelerar, enquanto os preços agrícolas no atacado podem acelerar marginalmente”, considera o Itaú.

No campo político, o destaque ficará para o próximo passo de aprovação da reforma tributária. A expectativa é que a votação não aconteça nos próximos dias, em razão do feriado do dia 15. A reforma foi aprovada, via emenda constitucional, pelo Senado no dia 8 de novembro e agora o tema retorna à Câmara dos Deputados, que precisará ratificar as alterações feitas na outra casa legislativa.

Dentre as mudanças, estão o aumento do fundo de desenvolvimento regional da reforma para R$ 60 bilhões, com financiamento do governo federal, e o limite para a carga tributária total sobre o consumo.

Temporada de balanços no Brasil

O noticiário corporativo seguirá agitado na reta final da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2023. Entre os resultados que serão divulgados nos próximos dias, estão Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Marisa (AMAR3) e Azul (AZUL4).

Para o Magalu, o Itaú BBA espera uma compressão de 0,2 ponto porcentual (pp) em um ano na margem Ebitda (rentabilidade operacional). “Projetamos uma perda de R$ 176 milhões para a companhia”, aponta.

Sobre a Azul, os analistas da XP esperam resultados positivos, ainda que a receita por passageiro por quilômetro (RASK) tenha desaceleração em relação ao ano anterior.

Já a Americanas (AMER3), em recuperação judicial, revela os seus tão esperados números de 2022 na próxima segunda-feira, antes da abertura do mercado, com teleconferência às 14h (horário de Brasília). Os resultados dos primeiros nove meses de 2023 devem ser divulgados em dezembro.

Confira abaixo os resultados da semana e o calendário completo clicando aqui:

Resultados nos EUA e PMI na Zona do Euro 

Nos EUA, a semana foi positiva para os índices de Nova York, mesmo após a sinalização de Jerome Powell em direção de mais uma alta de juros no país.

O comentário impactou o desempenho das bolsas na quinta-feira, assim como o dado preliminar da Universidade de Michigan que sugeriu avanço na inflação para novembro. Assim, os olhares seguem voltados para indicadores que possam sinalizar a desaceleração da inflação.

Nos próximos dias, as atenções estarão no índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano, principalmente. O dado relacionado aos preços será divulgado na terça-feira e tem previsão de aumento de 0,3% em outubro, com alta anual de 4,1% de acordo com a pesquisa da Reuters.

Na quarta-feira, será o dia de apresentação do índice Empire Manufacturing de atividade de novembro, com expectativa LSEG de queda de 2,1, os dados do índice de preços ao produtor, com projeção de avanço de 0,1% na comparação mensal e de vendas no varejo, com queda de 0,2%. Este último será um dos dados aguardados da semana, junto com os dados de preços ao consumidor apresentados na terça.

Na quinta-feira, será apresentado o índice de atividade do Fed Filadélfia, com projeção de -11,5 pela LSEG, e produção industrial de outubro, com expectativa de queda de -0,3% na comparação mensal.

O mercado também deve repercutir a decisão da agência de classificação de risco Moody’s, que na sexta-feira (10) manteve o rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em Aaa, mas cortou a perspectiva de estável para negativa, apontando para riscos fiscais crescentes no país.

Além disso, ainda na agenda internacional, a semana será repleta de divulgações da China. Os dados de outubro começam a ser apresentados na terça-feira, com destaque para a produção industrial, com expectativa de avanço de 4,1% na comparação anual e as vendas no varejo, que tem projeção de 7,0%. Além disso, haverá a divulgação dos números de investimentos em ativos fixos (com projeção de alta de 3,1% na base anual), investimentos imobiliários e taxa de desemprego (estimada em 5,0%).

No mesmo dia, serão apresentados o PIB preliminar do 3º trimestre da Zona do Euro e do Japão, além dos dados do levantamento ZEW de sentimento econômico na Alemanha.

Na quarta-feira, o bloco europeu apresenta seus números de produção industrial e, na sexta, o índice de preços ao consumidor, com expectativa do mercado de alta de 0,1% na comparação mensal.