Muitos donos de pets desejam que seus animais vivam para sempre – ou pelo menos mais do que a média. Nos Estados Unidos, a startup de biotecnologia Loyal vai lançar uma pílula diária que pode aumentar a expectativa de vida dos cães, mas que também tem o potencial de aumentar a longevidade humana. Segundo informações do The Guardian, jornal britânico, a Loyal acredita que no início do ano que vem já vai conseguir lançar a LOY-002, pílula com sabor de carne bovina, com a capacidade de dar aos cães um ano extra de vida saudável, no mínimo. A companhia chegou a captar US$ 125 milhões em financiamento de empresas que evitaram investir em projetos de longevidade humana, principalmente por causa do tempo que os testes levariam. De acordo com Celine Halioua, fundadora e diretora executiva da startup (que também faz parte da companhia de biotecnologia Cellular Longevity), o trabalho feito na Loyal pode beneficiar humanos. A fundadora disse ao The Guardian que acredita que descobrir a forma de prevenir o declínio relacionado à idade canina é um grande passo para fazer o mesmo com humanos, uma vez que cães acabam adoecendo de forma semelhante aos humanos, quando se trata de idade. Além disso, eles também compartilham nossos ambientes e hábitos de maneiras que os ratos de laboratório não compartilham. A proposta da pílula LOY-002 é mitigar e reverter diversas mudanças metabólicas associadas ao envelhecimento, especialmente quando se trata do aumento de insulina que acontece conforme o envelhecimento. Leia mais: Marcio Atalla: longevidade vai muito além de contar os anos; é viver com qualidade “Não estamos criando cães imortais”, disse Halioua, em entrevista ao The Guardian. “A maneira como o medicamento estende a vida útil, hipotetizamos, é estendendo a saúde e, portanto, encurtando a taxa de envelhecimento”. Outras possibilidadesOutro projeto também tem o mesmo objetivo: o Dog Aging Project tem uma equipe de pesquisadores acadêmicos testando o impacto da rapamicina nos animais. A rapamicina é um medicamento barato e de fácil produção, muito utilizado como imunossupressor para humanos, geralmente depois de transplante de órgãos. Pesquisas já mostraram mais de uma vez que o remédio é capaz de aumentar a expectativa de vida e atrasar (ou até mesmo reverter) condições relacionadas à idade em camundongos. Leia também: Rastreamento e veterinário de plantão: governo define regras para transporte de pets O medicamento, porém, não foi comprovado quando se trata de longevidade em humanos. Por outro lado, há gerontologistas que o enxergam como uma alternativa para retardar farmacologicamente o processo de envelhecimento. O Dog Aging Project está pesquisando sobre como baixas doses de rapamicina podem aumentar a expectativa de vida dos cães. Há possíveis melhoras nas funções cardíacas e cognitivas ao regular o crescimento celular e o metabolismo. “Nosso estudo está anos-luz à frente de qualquer coisa que já foi feita em humanos ou pode ser feita em humanos”, disse Daniel Promislow, biogerontologista da Universidade de Washington e codiretor do projeto, ao The Guardian.
A cofundadora e diretora veterinária do projeto, Kate Creevy, afirmou que o Dog Aging Project pode dividir suas descobertas entre cães machos e fêmeas, mas eles já possuem resultados que vão além disso, pois há diferenças antes e depois da esterilização dos animais. “Isso significa que nossa pesquisa pode ter impactos translacionais interessantes para mulheres antes e depois da menopausa”, disse Creevy. A previsão é que a divulgação do projeto seja feita entre quatro a cinco anos. Promislow disse ao jornal britânico que espera poder provar que a rapamicina consegue proporcionar aos cães três anos extras de vida saudável. |
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *