![]() O Partido dos Trabalhadores (PT) comemora, neste fim de semana, seus 45 anos de fundação em meio a desafios internos e à queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento ocorre enquanto a legenda enfrenta impasses sobre a sucessão da presidente Gleisi Hoffmann, que deve deixar o cargo para assumir a Secretaria-Geral da Presidência na aguardada reforma ministerial. Nos bastidores, cresce a expectativa de que Lula apoie a candidatura de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), para comandar o partido. No entanto, o nome não é consenso. Aliados de Gleisi e do secretário de Comunicação da sigla, Jilmar Tatto, defendem outras opções, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Outro ponto de tensão envolve a tesoureira do partido, Gleide Oliveira, que deseja permanecer no cargo, mas não conta com o apoio de Edinho. A articulação de Gleide foi fundamental na nomeação de Macaé Evaristo para o Ministério da Igualdade Racial. Para aliados de Edinho, contudo, a saída de Gleisi para a Esplanada poderia amenizar os ânimos internos. A resistência ao ex-prefeito decorre de sua postura mais moderada e de sua defesa por uma redução na polarização política. Setores do partido temem que essa linha enfraqueça a identidade petista. Já seus apoiadores argumentam que o diálogo será essencial para construir alianças visando as eleições de 2026, especialmente se Lula decidir disputar a reeleição. Crise políticaO evento ocorre em um momento de fragilidade para o PT. A popularidade de Lula caiu 11 pontos percentuais entre dezembro e fevereiro, atingindo seu menor patamar no atual mandato. A oposição tem explorado polêmicas recentes, como a proposta de mudança no Pix, para desgastar a imagem do governo. Diante desse cenário, o partido busca reforçar sua base e consolidar alianças para a próxima disputa eleitoral. A falta de renovação política também preocupa integrantes da sigla. Durante um seminário da legenda, Lula cobrou maior presença dos militantes nas bases e relembrou o manifesto de fundação do PT, de 1980. Ainda assim, a capilaridade social da legenda mantém sua relevância no cenário político, evitando um declínio semelhante ao do PSDB, que caminha para uma fusão incerta e possível extinção. Em contrapartida, a direita vem ganhando força com novos nomes, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que desponta como liderança emergente do campo conservador. A dificuldade de renovação no PT se agravou com uma recente mudança no estatuto do partido. A nova regra, aprovada no último dia 17, permite que deputados com três mandatos e senadores com dois mandatos consecutivos disputem novamente, o que antes era proibido. A alteração recebeu 60 votos favoráveis, 27 contrários e cinco abstenções. Troca na SaúdeFontes do governo indicam que Lula pode aproveitar a festa petista para anunciar mudanças na Esplanada, incluindo a substituição da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Sob pressão do Centrão, a pasta pode passar para Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais. Apesar das incertezas, Nísia confirmou presença no evento. Entre os nomes esperados, estão Gleisi Hoffmann, a deputada federal Maria do Rosário (RS), o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, Jilmar Tatto e o deputado Dimas Gadelha (RJ). Governadores petistas, como Jerônimo Rodrigues (BA) e Rafael Fonteles (PI), também participarão. Todos os ministros do PT devem comparecer, com exceção de Macaé Evaristo, que está em viagem para um evento da ONU em Genebra. |
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