 A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) abriu uma investigação para apurar a autoria de uma suástica desenhada na lousa de uma sala de aula do Campus Monte Alegre, em Perdizes (zona oeste), na quinta-feira, 14. Informações preliminares indicam que o desenho foi feito após a saída de um docente da sala, que ministrava uma aula para o curso de Psicologia. A PUC-SP afirma que o caso fere os valores da instituição. A suástica foi desenhada em giz e, ao seu lado, foi escrita uma frase ofensiva ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Luladrão vai para o inferno”. Um ofício assinado pela vice-reitora, Carla Reis Longhi, encaminhou o caso para o Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa, criado este ano para ajudar os estudantes na condução de casos de intolerância e discriminação. “Determino a imediata instauração de procedimento para apuração da autoria, circunstâncias e eventual responsabilidade relacionadas ao referido ato, com a devida tramitação nos termos das normas aplicáveis”, diz o documento. Até a publicação deste texto, ninguém havia assumido a autoria do desenho. A suástica foi apropriada como símbolo do nazismo no século 20 e o símbolo passou a ser associado ao ódio e ao antissemitismo disseminado pelos nazistas. O Centro Acadêmico do curso de Psicologia informou ter feito uma reunião com a pró-reitora, que informou aos estudantes “que medidas estão sendo tomadas”. O grupo estudantil diz que não pretende dar entrevistas e nem expor o desenho para não dar eco “à mensagem de grupos extremistas, que se beneficiam justamente da exposição para espalhar ódio e intimidar a comunidade.” A reportagem conseguiu obter a imagem do desenho com um estudante que pediu para não ser identificado. Casos recentes de discriminaçãoA universidade precisou lidar com casos disciplinares recentemente. No final de 2024, durante os jogos universitários do curso de Direito, alunos da PUC-SP foram flagrados xingando estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de “cotistas” e “pobres”. Em março deste ano, a parede de um banheiro da PUC-SP foi pichada com frases discriminatórias e ofensivas contra árabes. “A PUC não é pra árabe. A PUC é nossa. A reitoria é nossa”, dizia uma das pichações. O caso foi denunciado por um professor de descendência árabe. Na ocasião, a Reitoria da PUC-SP repudiou o ocorrido, apagou as frases ofensivas e também abriu uma investigação para apurar o episódio.
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