A taxa básica de juros sofreu seu sexto corte na quarta-feira (20), reduzindo a remuneração de ativos de renda fixa, incluindo a dos CDBs. Isso porque a maioria desses ativos bancários tem retorno atrelado ao CDI, que caminha junto com a Selic. No entanto, os demais CDBs também passaram a pagar menos, mesmo antes da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) do Banco Central. Segundo levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney, as taxas médias de prefixados, CDBs de inflação longos e prefixados caíram entre os dias 5 e 19 de março na comparação com a quinzena anterior, terminada em 4 de março. Confira, a seguir, a remuneração de cada tipo de CDB, a quantidade de emissões em cada prazo, e os bancos responsáveis pelos ativos com as maiores taxas. CDBs pós-fixadosA taxa média dos pós-fixados com vencimento em seis meses caiu de 102,50% do CDI para 102,21%, enquanto a dos papéis mais longos, para três anos, recuou de 102,01% do CDI para 101,88%. Vale a pena? Os títulos atrelados ao CDI são a principal escolha de Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, mesmo com queda nas taxas. “Temos preferência para vencimentos longos, com maiores retornos e menor liquidez, e curtos”. João Genta, head de renda fixa da Criteria, recomenda os pós-fixados para aplicações curtas, de até um ano, “dado que a Selic segue em níveis interessantes, mas com incertezas sobre a taxa terminal”.
CDBs de inflaçãoA tendência da oferta maior de CDBs de inflação do que prefixados se confirmou no último levantamento. Foram 56 ativos atrelados ao IPCA contra 46 prefixados, que antes ficavam atrás apenas dos pós-fixados. As taxas médias dos papéis de inflação sofreram variações pequenas: os títulos para 24 meses pagaram 5,92% ante 5,95% na quinzena anterior e os de 36 meses entregaram rentabilidade real de 6,14% contra 6,12%. Vale a pena? Genta, da Criteria, sugere usar os CDBs de inflação justamente para os vencimentos mais comuns desses papéis, acima de dois anos. “É um horizonte em que é mais difícil projetar cenários e o risco fiscal do País predomina”.
CDBs prefixadosAs taxas dos títulos bancários prefixados acentuaram a queda, com os papéis de 36 meses pagando, em média, 10,56% ante 10,78% no início do mês, e títulos de 24 meses entregando rentabilidade média de 10,09% após 10,27% no último levantamento. Vale a pena? Mesmo assim, analistas ainda defendem o investimento enquanto as taxas estão na casa dos 10% ao ano. Belitardo explica que o mercado espera queda da Selic ao longo de 2024 e que esses papéis oferecem remuneração acima da taxa básica de juros projetada para o fim do ano. João Genta diz que esses papéis são interessantes para vencimentos intermediários, de até dois anos. “Seguimos com alocações em prefixados para garantir níveis de taxas ainda compatíveis com os padrões atuais e proteção contra a queda da Selic”.
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