![]() O tarifaço de Donald Trump contra o Brasil vai atingir os estados exportadores em diferentes proporções. Juntos, os estados da região Sudeste exportaram US$ 28,6 bi para os EUA — 70,1% do total para este país. Em volume financeiro, SP é o estado que mais exporta para os EUA, somando US$ 13,5 bi. Em seguida vem Rio (US$ 7,4 bi), MG (US$ 4,6 bi), ES (US$ 3 bi) e RS (US$ 1,8 bi). Os dados são do sistema ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e se referem ao período de janeiro a dezembro do ano passado.
Pouca diversificação e dependência dos EUAConsiderando a diversificação em destinos de exportação, alguns estados estão mais suscetíveis ao impacto da tarifa de 50% de Donald Trump. O Ceará, por exemplo, é o que tem maior dependência dos Estados Unidos, já que envia para lá 44,9% de tudo que exporta. Em seguida vem o Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%), São Paulo (19%) e Sergipe (17,1%).
ImpactoCaso a tarifa de 50% entre em vigor a partir de 1º de agosto, o aumento do custo dos produtos brasileiros poderá inviabilizar parte das vendas e impactar de forma desigual as economias regionais, com possíveis perdas de investimentos e emprego. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a cada R$ 1 bilhão exportado aos EUA em 2024, foram gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil. Segundo o relatório “Impactos Tarifários dos EUA” feito pela Futura e Apex Partners, os efeitos tendem a ser mais intensos em estados ligados ao agronegócio – com destaque para o café e a carne bovina –, além de aço, petróleo e celulose. Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, avalia que as tarifas devem reduzir exportações e, por consequência, afetar negativamente o PIB de cada estado. “Quanto mais dependente maior o impacto”, afirma. Para ele, não dá para substituir o mercado dos EUA, mas uma saída possível aos exportadores é tentar vender mais para a Europa e, em alguns casos, criar uma empresa dentro dos EUA para fugir da tarifação. |
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *