O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic para 13,25% ao ano em sua última reunião, movimento que colocou o Brasil na posição de país com o maior juro real (taxa nominal descontada da inflação) do mundo, segundo relatório da consultoria MoneYou.

Por um lado, juros elevados dificultam o acesso ao crédito, reduzem o consumo, impactam as empresas e aumentam o custo da dívida pública. Por outro, beneficiam os investidores pessoa física ao elevar os rendimentos de aplicações de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto.

Quando o investidor adquire um desses títulos, basicamente está emprestando dinheiro ao governo em troca de rentabilidade – nesta quarta-feira (12), por exemplo, o papel atrelado à Selic está pagando a taxa básica de juros + 0,0616%.

Veja abaixo quanto R$ 500 mil poderiam render em três diferentes aplicações do Tesouro Direto em 2 anos e compare com outros instrumentos de renda fixa, como LCI/LCAs e CDBs.

Tesouro IPCA+

É um título indexado à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Após o prazo estipulado, o investidor recebe o valor aplicado corrigido pela inflação do período, além de um retorno adicional, representado pelos juros reais.

Uma aplicação de R$ 500 mil no Tesouro IPCA+ 2029, que atualmente paga IPCA + 7,54%, resultaria em R$ 627.905,50 brutos no prazo de dois anos. Descontados R$ 19.185,82 de Imposto de Renda (IR) e R$ 2.245,35 de taxa da B3, o investidor obteria o valor líquido de R$ 606.273,39.

Fonte: Tesouro Direto
*Valores brutos, sem considerar IR e taxa da B3. Data do resgaste: 12/02/2027

Tesouro Selic

Acompanha a Selic, atualmente em 13,25% ao ano. Quando a taxa básica de juros é elevada, o título avança e entrega mais rendimento para o investidor. No entanto, se os juros caem, o rendimento escorrega junto também. Nesta quarta, o papel paga Selic + 0,0616%.

Se o investidor colocasse R$ 500 mil no Tesouro Selic hoje e retirasse no dia 12 de fevereiro de 2027, teria no bolso R$ 620.745,52 brutos, segundo dados do Tesouro Direto. Após desconto de R$ 18.111,82 de IR e R$ 2.247,35 de taxa de custódia da bolsa de valores, o valor líquido ficaria em R$ 600.196,07.

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Tesouro Prefixado

É um título público que tem a taxa de retorno conhecida no momento da compra: no vencimento, portanto, o investidor terá de volta o valor aplicado corrigido pela taxa do papel. Hoje, a aplicação de 2028 oferece retorno de 14,88% ao ano, por exemplo.

Um investimento de R$ 500 mil nesse título viraria R$ 658.416,50 brutos em dois anos. O total líquido, sem a taxa da B3 e o IR, seria de R$ 632.102,40. Atualmente, é o título do Tesouro Direto mais rentável.

De acordo com especialistas, no entanto, o Tesouro Prefixado é mais arriscado em momentos de incerteza econômica, pois os papéis não serão corrigidos por taxas flutuantes e que refletem o momento do mercado, como IPCA e Selic.

Alerta

As simulações acima consideram prazos de dois anos, o que representaria resgate antecipado. No entanto, o investidor precisa levar em conta que os valores podem não coincidir com a realidade, já que a saída de um título antes do vencimento mexe com o retorno: se as condições de mercado no momento tornarem o papel menos valorizado, o desconto será refletido no rendimento final da aplicação.