Disponível desde 2020, a antecipação do FGTS passou a ser um socorro financeiro para quem tem saldo no fundo e precisa desafogar o orçamento.

Antecipar o valor é uma opção para o trabalhador que optou pelo saque-aniversário e abriu mão da modalidade do saque-rescisão (mais tradicional).

A operação é simples: em vez de esperar pelos aniversários do saque, o trabalhador pode optar por antecipar parte do fundo. Comparada a outras modalidades de crédito pessoal, a antecipação do FGTS sai mais em conta e é mais fácil de contratar, pois dispensa o processo de análise de crédito tradicional, já que a liquidação é feita com o próprio saldo do fundo.

Em contrapartida, quem escolhe antecipar os recursos acaba perdendo alguns benefícios que o fundo assegura. E é importante saber quais são eles para decidir se é melhor ter o dinheiro em mãos ou esperar pelas datas regulares de saque – mesmo que com certo sacrifício no bolso. Acompanhe.

Como funciona o FGTS antecipado?

Para relembrar: o trabalhador que opta pelo saque-aniversário tem direito de retirar parte do saldo de suas contas do FGTS (ativas e inativas) uma vez por ano, sempre no mês do seu nascimento.

O valor disponível vai depender do total que a pessoa tem no fundo, e pode ser acrescido de uma parcela fixa, na seguinte escala:

Por outro lado, quem não quer esperar um ano para ter acesso aos recursos pode antecipar o valor do saque-aniversário, sob determinadas condições:

• ser maior de idade ou emancipado;
• estar com o CPF regular junto à Receita Federal;
• ter saldo sem bloqueio em contas do FGTS;
• ter conta-corrente ou poupança em seu nome; e
• autorizar a instituição financeira a consultar o saldo do fundo.

Mesmo quem não está trabalhando pode solicitar o FGTS antecipado – o importante é que o saldo da conta vinculada ao fundo seja suficiente para liquidar a operação no vencimento.

O valor da operação depende não só do saldo nas contas, mas também da política de crédito de cada banco. Podemos encontrar ofertas de 6, 7, 10, 12 parcelas ou mais, e as taxas e valores mínimos da operação costumam variar também.

Em regra, a liquidação do empréstimo é automática, pois o valor da dívida é debitado automaticamente na conta do fundo no dia do saque-aniversário. Existe a possibilidade de antecipar o pagamento, desde que seja com recursos próprios.

SAIBA MAIS: Entenda a diferença entre saque-aniversário e saque-rescisão

Vale a pena antecipar o FGTS?

Se considerarmos somente a operação em si, em termos de custos e facilidade de contratação, a resposta é sim.

A liberação do empréstimo FGTS costuma ser rápida, pois o fato de a sua liquidação ser automática e vinculada a uma conta do fundo reduz significativamente o risco de crédito. Com mais segurança, a operação fica mais barata do que os tradicionais créditos pessoais. Em média, as taxas atuais para antecipar o saque ficam entre 1,25% e 1,40% ao mês.

No entanto, quem abre mão do saque-rescisão, seja para antecipar o fundo ou para sacá-lo uma vez por ano, perde o direito de receber todo o saldo da conta no caso de demissão. Nessas condições, o trabalhador que perder o emprego recebe somente a multa rescisória de 40%, pois o restante do fundo será liberado somente no mês do aniversário ou para liquidar a antecipação.

Este é o principal ponto de atenção que se deve ter na hora de optar tanto pelo saque-aniversário quanto por sua antecipação, pois cada contexto é muito particular. Por exemplo, se a pessoa tem uma reserva de emergência mais robusta, dependerá menos do saldo do FGTS se ficar desempregada. 

Mas se essa não for a sua realidade financeira, é preciso avaliar se somente a multa rescisória poderá cobrir os seus gastos pessoais até que encontre uma nova fonte de renda. 

Uma vez escolhido o saque-aniversário, é possível retornar ao saque-rescisão, mas somente depois de 24 meses da última alteração. E se houver algum saldo de antecipação do fundo, será preciso liquidá-lo antes. Estes são os riscos a se avaliar na hora de decidir o que vale mais a pena.