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Remédios como Ozempic e Wegovy podem diminuir o risco de demência, diz novo estudo

- 10/04/2025 3 Visualizações 3 Pessoas viram 0 Comentários
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Uma nova pesquisa, publicada na segunda-feira (7) no periódico JAMA Neurology, aponta que alguns tratamentos para diabetes e perda de peso (como Ozempic e Wegovy) podem diminuir o risco de desenvolver qualquer tipo de demência. 

Os pesquisadores fizeram uma análise de dados de 26 estudos clínicos feitos anteriormente, que juntos envolveram mais de 160 mil pessoas, para entender se os medicamentos que possuem o GLP-1 realmente ajudam a reduzir o risco de demência.

Outros estudos observacionais, feitos com base em prontuários médicos, já apontavam que medicamentos como semaglutida (presente no Ozempic e no Wegovy), liraglutida e exenatida estavam associados a uma leve redução no risco.

Cientistas da Universidade de Galway, na Irlanda, investigaram os resultados de testes randomizados, em que diferentes tipos de remédios da classe GLP-1 foram administrados a pessoas com diabetes tipo 2.

Os participantes ainda não tinham diagnóstico de demência nem de qualquer outro tipo de comprometimento cognitivo, e os efeitos dos medicamentos foram comparados aos de um placebo.

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Segundo a pesquisa, utilizar esses medicamentos pode reduzir significativamente o risco de desenvolver demência, pelo menos enquanto ocorria o acompanhamento dos estudos, no mínimo de seis meses.

Contexto

Até então, a comunidade médica acreditava que o controle de glicemia poderia ter o efeito de “proteger” contra a demência, já que a diabetes é um dos fatores de risco para a doença. Em um estudo da Universidade da Flórida, o grupo de estudos entendeu que inibidores de SGLT2 (que são medicamentos que reduzem a glicose ao aumentar a eliminação através dos rins) conseguiriam diminuir o risco de Alzheimer.

Mas agora, com um grupo de controle com placebo, feito pela equipe de conduzida por Catriona Reddin, foi possível concluir que os inibidores de SGLT2 não apresentaram relação com menor risco de demência. Isso também indica que os efeitos dos medicamentos GLP-1 vão além do controle glicêmico.

O que ainda não está claro é por qual mecanismo em que os remédios atuam para reduzir a inflamação (e a neuroinflamação), que é reconhecida como uma das causas da demência.

Reddin explica que, ao atenuar a inflamação crônica, os GLP-1 podem desacelerar a morte de células cerebrais. Além disso, a medicação também pode melhorar a proteção contra problemas cardiovasculares, como acúmulo de placas nas artérias e hipertensão, que também são fatores de risco para demência.

Porém, ainda não estamos em um momento em que um paciente com mais chances de desenvolver demência poderia ser tratado com um GLP-1 apenas com esse objetivo, já que há a necessidade de mais estudos e mais tempo de acompanhamento.

A cientista defende, em nota à imprensa, que “ensaios de grande escala devem ser conduzidos especificamente para investigar o efeito da terapia hipoglicemiante sobre a demência e o declínio cognitivo”.




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