![]() A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão de dois lotes de medicamentos falsificados: o M088499 do Rybelsus e 681522 do Ofev. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Ambos não foram reconhecidos pelas farmacêuticas Novo Nordisk e Boehringer Ingelheim, respectivamente, por isso foram considerados clandestinos. Matias Chiarastelli Salomão, microbiologista e infectologista do Grupo Fleury, explica que há riscos de diferentes naturezas quando se utiliza um remédio que é falsificado, o primeiro deles sendo o não tratamento da doença. O Rybelsus, por exemplo, é usado para diabetes tipo 2, que pode causar complicações graves, como danos aos rins, quando não tratado. Além disso, há o risco de intoxicação, já que não se sabe qual é o composto daquele medicamento. Ainda que ele seja de fato o do remédio original, ele pode estar numa dose muito alta, não tolerada pelo organismo daquele paciente. Leia mais: Anvisa determina apreensão de remédios falsificados, incluindo emagrecedor “fake” — E você pode ter diversos tipos de contaminação em produtos de saúde, e quando falamos de itens falsificados, esse risco é maior pela falta de controle de qualidade. Podem ocorrer contaminações do próprio produto com toxinas, com metais pesados e até microrganismos pela falta de controle de qualidade — explica o especialista. Ele conta que a contaminação é mais comum em itens injetáveis, o que é importante em meio à alta circulação de versões clandestinas de remédios como o Ozempic e semelhantes, muito usados para a perda de peso. No ano passado, a Anvisa também apreendeu lotes do medicamento considerados falsificados. — Temos HIV, hepatites, que é muito comum, fungos ambientais, que podem contaminar facilmente e causar infecções graves e bactérias, que podem causar abscessos locais com a injeção intramuscular e até mesmo um quadro de sepse — diz Salomão. Ele explica que há ainda outros riscos com o uso de remédios falsificados, como ao usar antibióticos irregulares. Nesse caso, uma dose mais baixa do medicamento pode não apenas deixar de ter efeito contra a bactéria, como também levar a um quadro de resistência àquele fármaco, tornando o estado do paciente mais grave. No caso da apreensão mais recente, dos lotes de Rybelsus e Ofev, a Anvisa orienta que, em caso de dúvidas ou identificação de unidades clandestinas, a população e os profissionais de saúde não devem utilizar o produto e devem entrar em contato com as empresas detentoras do registro desses produtos. O Rybeslsus é um comprimido oral fabricado pela farmacêutica Novo Nordisk, utilizado para tratar diabetes tipo 2. O Ofev, da empresa Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda., é indicado para tratamento e retardo da progressão da fibrose pulmonar idiopática (FPI) e da doença pulmonar intersticial associada à esclerose sistêmica (DPI-ES), também conhecida como esclerodermia. Além disso, a agência recomenda que a identificação seja comunicada imediatamente à Anvisa, de preferência por meio do sistema Notivisa, no caso de profissional de saúde, ou por meio do sistema da Ouvidoria, pela plataforma FalaBR, no caso de pacientes. A agência reforça ainda que a população e os profissionais de saúde “somente adquiram medicamentos em estabelecimentos devidamente regularizados, sempre na embalagem completa (dentro da caixa) e mediante emissão da nota fiscal”. |
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