O relatório FInfluence, divulgado nesta quarta-feira (4) pela Anbima, apontou crescimento no número de influenciadores digitais nas redes sociais no segundo semestre de 2024 e um recorde de engajamento. Mas quais os conteúdos que mais foram citados no período e que produtos financeiros foram os campeões de menções?
Segundo o estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), o número de finfluencers cresceu 30% entre o fim do 1º e do 2º semestre do ano passado, chegando a 741.
O engajamento bateu recorde mais uma vez, quase alcançando a marca de 3 mil interações médias por post, uma evolução de 21% em relação ao estudo anterior e 216,4% na comparação com a primeira edição do relatório.
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Segundo a Anbima o cenário de juros altos, mercado instável e uma boa dose de incerteza política ajudou nas interações com o público. Desses 741 influenciadores ativos, 718 falaram sobre produtos financeiros, o que representa um salto de quase 30% em relação à primeira metade do ano. As menções cresceram 13,6%, e o engajamento acompanhou a tendência onda, subindo 30%.
Fonte: Reprodução do FInfluencer/Anbima
Outro destaque foi que, quando não citam produtos específicos, os influenciadores estão falando sobre outros temas do universo econômico, como trade, economia brasileira e internacional, investimento sustentável, finanças pessoais e até debatendo política doméstica e internacional.
Segundo a 8ª edição do FInfluencer, os produtos de renda fixa tiveram aumento de mais de 100% nas interações e seguiram firme na preferência dos seguidores. O guarda-chuva, que engloba CDB, LCI, LCA, Notas do Tesouro Nacional e outros produtos dessa categoria, registrou um aumento de 117,9% no engajamento médio, que somou 8.490 interações.
Ao todo, produtos de renda fixa foram mencionados 18.908 vezes, um leve crescimento de 3,5% em relação à edição anterior.
As discussões sobre os FIIs promoveram um engajamento com 9,3 mil de média de interações. As publicações destacam estratégias de diversificação, rentabilidade e geração de renda passiva por meio de dividendos.
“No fim das contas, os números mostram um cenário de busca por segurança, com a renda fixa brilhando, mas sem tirar completamente o interesse por ativos mais arrojados, como ações e criptos, que continuam atraindo atenção na busca por diversificação das carteiras dos investidores”.
Já as menções à categoria renda variável avançaram 14,3%, superando a casa das 220 mil. O aumento do engajamento, porém, foi mais modesto na comparação à renda fixa, ficando em 22%.
Com 78.788 menções e um aumento de 6,6% em relação ao primeiro semestre de 2024, as ações encabeçam a lista dos produtos de investimento mais citados pelos influenciadores.
Para a Anbima, não surpreende esse vasto conteúdo sobre o tema, pois a resposta dos seguidores é alta. O engajamento médio é de 4.196 por post, um crescimento de 101,8% em relação ao relatório anterior, o que coloca o produto em sétimo na lista dos 10 que mais geram interações do público.
“O tema recebe, tradicionalmente, bastante atenção dos influenciadores, principalmente as oportunidades de retorno com ações e dividendos, além da comparação com outros tipos de investimentos, como as criptomoedas. As conversas geralmente trazem dicas para investir com mais estratégia, análises sobre tendências do mercado e recomendações para quem quer aproveitar melhor as oportunidades de retorno”.
Com 59.037 menções e um aumento de 68,2%, as criptomoedas não tivera um desempenho tão alto entre o público. Apesar do crescimento de 28,8% no engajamento médio, esses ativos tecnológicos ficaram em último entre os 10 produtos que mais geraram respostas da audiência.
Bitcoin, Ethereum e outras altcoins foram os destaques dos posts, sempre com um olhar dividido entre o potencial de ganho e a volatilidade constante desse mercado. Os conteúdos, que geraram em média 3,2 mil interações, giraram em torno de análises de cenário, estratégias para investir e notícias sobre as criptos mais conhecidas.
Qualidade e relevância
O relatório também destacou que, no 2º semestre, a produção de conteúdos das influenciadoras se voltou também para temas com viés inspirador conectando a saúde financeira à qualidade de vida, mas que recebem menos interações frente a abordagens sobre aplicações.
Outro ponto interessante foi a diminuição na quantidade de postagens das pessoas físicas. A média por influenciador caiu 9,1%, indo de 413 para 376 publicações. Isso sugere que, mesmo com mais influenciadores no mercado, captar e manter a atenção do público seguem sendo um desafio.
“Por outro lado, os que conseguem criar conexão com a audiência estão vendo um engajamento mais forte. O que esses números indicam? Uma possível mudança na estratégia de conteúdo. Em vez de postar mais, muitos influenciadores parecem estar priorizando qualidade e relevância, buscando garantir que cada publicação tenha mais impacto”, disse a Anbima.