As debêntures incentivadas captaram R$ 120,3 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, montante 77,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, mostram dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima) divulgados nesta quinta-feira (26). É o melhor resultado anual da série histórica da instituição.

As debêntures incentivadas são emitidas por empresas que buscam recursos para projetos de infraestrutura, como aeroportos e rodovias. Por isso, esses títulos de renda fixa têm benefícios fiscais, como isenção de imposto de renda (IR) e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No caso das debêntures simples, há cobrança de IR e pode haver de IOF.

O volume de emissões do setor de energia elétrica foi o maior ao longo do ano, concentrando 39,4% do total emitido. Em seguida vêm transportes e logística (23,5%); saneamento (10,1%); “outros” (9,2%) – que engloba o setor de mineração -; TI e telecomunicações (6,5%); petróleo e gás (6,23%); e bioenergia (4,9%).

No mercado secundário, o volume de negociações das debêntures incentivadas também bateu novo recorde ao alcançar R$ 254,7 bilhões, montante 97,3% superior ao total registrado no ano passado, segundo o levantamento.

“Os resultados mostram a evolução desse instrumento ao longo dos anos, atraindo cada vez mais empresas e investidores em uma trajetória sustentável, e ganhando cada vez mais importância na matriz de financiamento dos investimentos em infraestrutura, reforçando as perspectivas positivas para o próximo ano, considerando uma agenda de leilões para 2025 ainda mais ativa do que em 2024”, disse Cristiano Cury, coordenador da comissão de renda fixa da Anbima.

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Somando com as debêntures sem incentivo fiscal, as emissões neste ano chegaram a R$ 405,5 bilhões no mercado primário entre janeiro e novembro, também o melhor da série. Já no mercado secundário, o total negociado bateu em R$ 646,7 bilhões no mesmo período.