![]() A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada na noite de segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode aumentar a aversão ao risco, pressionar os ativos brasileiros e fazer Donald Trump alterar o tarifaço, segundo analistas. “Quando nós consolidamos todo esse cenário, no final das contas, isso se traduz em aumento de aversão a riscos, em aumento de incertezas, o que pode fazer com que o dólar venha a subir e os ativos de risco aqui no Brasil sejam precificados de maneira negativa”, disse Marcos Moreira, sócio da WMS Capital. Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, também acha que o dólar voltaria a subir ante o real, “o que teria implicações na inflação, na percepção sobre os juros e, claro, nos ativos de risco, que, de maneira geral, sofreriam no Brasil”. O dólar sobe 0,40% na manhã desta terça-feira (5), a R$ 5,51. O EWZ – ETF iShares MSCI Brazil, que representa os ADRs (recibos de ações de empresas brasileiras listadas em Nova York) – chegou a cair cerca de 1% ontem após a decisão de Moraes. “A gente sabe que ele muda de hora em hora. O receio principal é que ele fosse voltar um pouco atrás na questão das isenções, de que ele fosse aumentar tarifas, algo nessa linha, o que prejudicaria algumas empresas que exportam para lá”. Spiess também mencionou temor com a revisão da lista de exceções. Outro ponto apontado por Cruz é imagem do Brasil no exterior, que pode afetar o investimento estrangeiro, que viu reversão após um primeiro semestre forte. “O estrangeiro já imagina que a gente é mais bagunçado, ele já imagina que a gente não vai fazer as melhores reformas, que a gente não vai seguir no melhor dos caminhos, que tem confusão sempre”. Agentes do mercado também esperam que a medida gera ruído de curto prazo e possa causar volatilidade esporádica. Motivo da prisãoMoraes determinou a prisão domiciliar por entender que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados — como as de seus filhos — para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”. Outro fator apontado pelo ministro foi a ligação entre Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), considerada um indício de que o ex-presidente mantém ativa sua tentativa de interferência nas instituições de Justiça. |
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