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Robô humanoide Ai-Da cria obras de arte e vende pintura por US$ 1 milhão; conheça

- 19/07/2025 9 Visualizações 8 Pessoas viram 0 Comentários
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Um retrato do matemático britânico Alan Turing foi vendido em leilão por quase US$ 1,1 milhão em novembro de 2024, uma quantia surpreendentemente alta para uma pintura cujo criador não foi um artista no sentido tradicional, mas sim um robô humanoide movido por inteligência artificial.

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O experimento foi idealizado por Aidan Meller, um ex-galerista que mora nos arredores de Oxford, na Inglaterra, e que trabalhou com uma equipe de quase 30 pessoas para construir o robô. Em suas aparições mais recentes, o robô está vestido como uma mulher e é chamado de Ai-Da em homenagem a Ada Lovelace, a matemática do século 19 reconhecida como a primeira programadora de computadores do mundo.

“Estou tentando me adaptar a esse momento um pouco surreal”, disse Meller em entrevista, relembrando os momentos finais da venda.

A pintura, que retratava Turing como o deus da inteligência artificial, foi oferecida como parte da venda de arte digital da Sotheby’s e inicialmente tinha uma estimativa de venda entre US$ 120 mil e US$ 180 mil. Recebeu mais de 27 lances e foi vendida para um comprador anônimo dos Estados Unidos.

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A.I. God. Portrait of Alan Turing, quadro da robô Ai-Da leiloado na Sotheby’s. (Foto: Reprodução)
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Meller disse que o dinheiro arrecadado com a venda da pintura, chamada “A.I. God. Portrait of Alan Turing” (Deus da IA. Retrato de Alan Turing), ajudaria a financiar novas melhorias no design da Ai-Da.

“Reinvestimos tudo no projeto”, afirmou. “Ela está constantemente sendo atualizada. Já está em seu terceiro braço para pintura.”

Não foi a primeira vez que uma obra de arte feita por IA foi vendida em leilão. Em 2018, a Christie’s vendeu uma pintura feita com um algoritmo por uma startup francesa por US$ 432,500. O artista Refik Anadol vendeu várias obras “Machine Hallucination” feitas com inteligência artificial por milhões de dólares durante o boom dos NFTs em 2021.

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Meller originalmente pediu para Ai-Da criar algo para uma conferência sobre inteligência artificial organizada pelas Nações Unidas neste ano. O robô respondeu sugerindo pintar um retrato de Turing como exemplo de alguém que previu o poder da tecnologia de IA já na década de 1950.

Mas o processo de finalizar a obra foi mais complexo. A programação de Ai-Da interpretou uma fotografia de Turing e produziu 15 pinturas individuais baseadas em diferentes partes do rosto dele. O robô escolheu três dos retratos, junto com uma pintura que fez da máquina Bombe, o grande dispositivo que Turing e outros decifradores usaram para decodificar cifras geradas pela máquina Enigma da Alemanha nazista.

As obras foram então fotografadas e carregadas em um computador que usou o modelo de linguagem da Ai-Da para decidir a montagem de uma única pintura, que foi então finalizada usando uma impressora 3D texturizada; assistentes de estúdio ajudaram a criar um produto final mais realista na tela. Ai-Da então adicionou marcas e texturas ao retrato para completá-lo.

Meller disse que Ai-Da deveria provocar discussões sobre a ética da inteligência artificial e como a tecnologia está mudando nossa definição de quem — ou o que — pode ser um artista.

“Trata-se da transferência de agência para essas máquinas”, disse Meller. “A obra está dizendo que estamos entrando em um período em que perguntamos aos algoritmos sobre qual parceiro queremos, qual trabalho queremos, até mesmo quais bebês queremos.”

c.2025 The New York Times Company




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