A polícia da Rússia colocou a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, e outros políticos do Mar Báltico, como o ministro da cultura da Lituânia e membros do antigo Parlamento da Letônia, em uma lista de procurados do Ministério do Interior russo. A agência estatal russa TASS disse que os políticos foram acusados de “destruir monumentos aos soldados soviéticos”, atos que são puníveis com pena de 5 anos de prisão, segundo o código penal russo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Kallas era procurada pela “profanação da memória histórica”. A premiê da Estônia disse que ação não surpreende e afirmou que “o Kremlin agora espera que essa medida ajude a silenciar a mim e a outros – mas não ajudará”. “Continuarei a dar meu forte apoio à Ucrânia. Continuarei a defender o aumento da defesa da Europa”, afirmou Kallas em uma publicação na rede social X (antigo Twitter). Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, há quase dois anos, as nações bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) demoliram a maioria de seus monumentos da era soviética, incluindo aqueles que lembram os soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial. Em resposta, o chefe do Comitê Investigativo Russo, Alexander Bastrykin, ordenou uma investigação criminal sobre o assunto. Após a decisão, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse que “isso é apenas o começo”. Confronto com o OcidenteTambém nesta terça-feira (13), o Serviço de Inteligência Estrangeira da Estônia afirmou que a Rússia está se preparando para um confronto militar com o Ocidente na próxima década. Um número crescente de autoridades ocidentais têm alertado sobre uma ameaça militar da Rússia e pedindo que a Europa se prepare, rearmando-se. Os alvos seriam os países ao longo do flanco oriental da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O chefe do serviço de inteligência da Estônia, Kaupo Rosin, disse que a avaliação foi baseada nos planos russos de dobrar o número de forças estacionadas ao longo de sua fronteira com os membros da Otan: a Finlândia e os três estados Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). “A Rússia escolheu um caminho que é um confronto de longo prazo”, disse Kaupo Rosin durante a divulgação do relatório de ameaças à segurança nacional da Estônia. “O Kremlin provavelmente está prevendo um possível conflito com a Otan na próxima década”. Ele disse ser “altamente improvável” um ataque militar da Rússia no curto prazo, em parte porque o país tem que manter tropas na Ucrânia, e continuaria improvável se o aumento das forças russas fosse igualado na Europa. “Se não estivermos preparados, a probabilidade será muito maior do que se não houver preparação”. Gastos militaresA Estônia e os outros estados Bálticos (Letônia e Lutiânia) aumentaram seus gastos militares para mais de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) depois que a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e os aliados da Otan aumentaram sua presença nos três países. A Alemanha planeja ter 4,8 mil tropas prontas para o combate na região até 2027, em seu primeiro destacamento estrangeiro permanente desde a Segunda Guerra Mundial. Para Rosin, a Otan e seus aliados estão se movendo na direção certa para combater a ameaça russa. Sobre a declaração do ex-presidente dos Estados Unidos (e provável candidato republicano à presidência dos EUA), Donald Trump, de que não defenderia os aliados que não gastam o suficiente em defesa, Rosin disse que “essas declarações nunca são úteis”. (Com Reuters) |
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