A seleção brasileira volta a campo nesta quinta-feira (4), diante do Chile, no Maracanã, pela penúltima rodada das Eliminatórias da Copa. O confronto, em condições normais, poderia ser visto apenas como mais uma partida de rotina, já que o Brasil garantiu sua vaga com antecedência para o Mundial do ano que vem. Além disso, três dos nomes mais midiáticos não estarão presentes: Neymar, do Santos, Rodrygo e Vini Jr., ambos do Real Madrid.

Mas, mesmo sem seus protagonistas tradicionais, a equipe terá alguém que rouba a cena e monopoliza as atenções: Carlo Ancelotti.

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O treinador italiano, multicampeão por clubes na Europa e um dos técnicos mais respeitados do futebol mundial, virou a grande estrela da seleção. Desde o anúncio de sua chegada, a chamada “Ancelottimania” tomou conta do ambiente em torno da equipe.

Os números comprovam esse impacto. As redes sociais da CBF cresceram em seguidores e engajamento de maneira significativa, cada coletiva de imprensa com a presença do treinador tem sido acompanhada por lotação máxima e, em alguns casos, jornalistas ficaram de fora por falta de espaço.

Pedidos por entrevistas exclusivas se acumulam, e a imagem de Ancelotti já ultrapassa a esfera esportiva, transformando-o em personagem central do projeto da CBF.

A nova diretoria da entidade percebeu rapidamente esse potencial e tem explorado ao máximo a figura do técnico. Além de entrevistas e aparições públicas, ele tem sido presença constante em publicações oficiais e já existe o plano de produzir um documentário sobre sua trajetória à frente da seleção, que pode ser negociado com grandes plataformas de streaming.

Para a CBF, Ancelotti é visto como o rosto de um novo momento. O italiano é usado como instrumento de reaproximação com o público, na tentativa de criar uma imagem mais positiva e se distanciar dos escândalos de corrupção que marcaram os bastidores da entidade nos últimos anos.

Mesmo sem o peso esportivo, o duelo desta quinta deve ser um espetáculo. O Maracanã estará lotado, com quase 50 mil ingressos já vendidos até a véspera. O valor das entradas variou entre R$ 100 para meia-entrada e R$ 200 a inteira, o que não afastou os torcedores.

O apelo maior é a chance de se despedir da seleção em solo nacional antes do início da Copa. Para muitos, será também a oportunidade única de ver Ancelotti em ação de perto, conduzindo a equipe em um dos estádios mais simbólicos do planeta.

Show antes do jogo

A noite no Maracanã, no entanto, não se resume ao futebol. A cantora Ivete Sangalo foi escolhida para animar o pré-jogo com um show que promete misturar emoção e nostalgia. Um dos maiores ícones da música brasileira, Ivete levará ao palco canções que marcaram sua carreira e que também fazem parte da memória afetiva do torcedor.

Sua música “Festa”, lançada em 2001, se tornou um hino durante a campanha do Penta em 2002, sendo tocada por jogadores e membros da comissão técnica a cada vitória. Reviver esse repertório no estádio onde o Brasil viveu grandes momentos é um atrativo a mais para o público.

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O intervalo da partida também terá uma programação especial. Estarão presentes campeões mundiais de diferentes gerações, homenageados pela CBF em mais uma ação para valorizar a história da seleção.

Nomes como Pepe, Jairzinho, Brito, Roberto Miranda, Dadá Maravilha, Paulo César Caju, Bebeto, Jorginho, Márcio Santos, Ronaldão, Mauro Silva, Mazinho, Branco, Romário, Taffarel, Edilson, Kleberson, Lúcio e Anderson Polga serão reverenciados no gramado do Maracanã. Será um encontro de gerações que carregam consigo lembranças de conquistas inesquecíveis.

O cenário é de festa. O Brasil já está classificado e o jogo contra o Chile, em termos esportivos, pouco significa. Mas a partida se transformou em um evento que vai muito além das quatro linhas. Há a expectativa pela despedida da equipe diante da torcida antes da Copa, o show de uma das artistas mais populares do país e a celebração de ídolos que fizeram história.

No centro disso tudo, um treinador estrangeiro que se tornou, em poucos meses, a figura mais comentada do futebol nacional.

No Maracanã, diante de mais de 50 mil pessoas, Carlo Ancelotti será o protagonista de uma noite que promete misturar futebol, música, emoção e nostalgia. Em um país acostumado a idolatrar jogadores, o técnico italiano assume o papel de estrela principal e, nesta quinta, será ele quem carregará a seleção brasileira nos olhos e nas vozes da torcida.