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Judiciário

Servidor diz ao STF que foi orientado a ligar Lula a facção e mapear redutos petistas

- 14/07/2025 5 Visualizações 5 Pessoas viram 0 Comentários
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Um ex-servidor da Secretaria de Inteligência do Ministério da Justiça, Clebson Ferreira, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14) que foi orientado por uma subsecretária da pasta, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL), a produzir relatórios que estabelecessem correlação entre votos em Lula e a atuação de facções criminosas.

O depoimento foi colhido no âmbito das ações penais que investigam três núcleos da suposta trama golpista de 2022, envolvendo 23 réus no total.

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Ferreira relatou que o pedido partiu de uma subsecretária de inteligência do Ministério da Justiça. A orientação era cruzar dados estatísticos das eleições com áreas dominadas por facções como o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, em busca de suposta correlação com a votação recebida por Lula (PT).

“Chegou um pedido para tentar ver análise e correlação estatística da concentração de votos em territórios do Comando Vermelho, para ver se o candidato Lula tinha maior concentração de votos nessas áreas”, afirmou o servidor, segundo o G1.

Em outro ponto do depoimento, Ferreira citou que a demanda incluiu a análise de municípios com mais de 75% dos votos em Lula ou Bolsonaro, visando localizar redutos eleitorais e identificar ações de fiscalização que pudessem impactar o voto.

Pressão em áreas pró-Lula

Ferreira também afirmou que, após a análise dos dados eleitorais, percebeu uma atuação mais intensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em regiões onde Lula teve larga vantagem.

“Quando filtrei os dados acima de 75%, houve um mar vermelho de pontos no Nordeste e, em paralelo, surgiam notícias de que pessoas estavam impedidas de votar por causa de congestionamentos. Eu vi que uma cidade do meu estado passava por isso”, disse.

Essas declarações dialogam com as suspeitas levantadas ainda em 2022, de que a PRF teria agido de forma seletiva no dia da votação, especialmente no segundo turno, com ações de bloqueio e fiscalização em redutos petistas.

Cid presta novo depoimento

Além de Clebson Ferreira, o STF ouviu nesta segunda-feira o tenente-coronel Mauro Cid, que assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. O objetivo é aprofundar as apurações sobre a articulação e execução do plano de golpe investigado pela Corte.

Após essa etapa, os réus apresentarão suas alegações finais, antes de a ação penal ser julgada pela Primeira Turma do STF.




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