![]() As ações do Airbnb estão prestes a serem adicionadas ao principal índice de ações dos Estados Unidos, o S&P 500. O ingresso, previsto para a próxima segunda-feira (18), parece justificado: somente neste ano, o papel saltou 72,5%, e a empresa atingiu um valor de mercado de US$ 94 bilhões. O desempenho é sintomático de um movimento que se intensifica no exterior. Enquanto, no Brasil, empresas como 123 milhas e Hurb sucumbem, lá fora, Airbnb, Booking Holdings e Expedia colhem bons frutos em meio ao reaquecimento do setor de turismo. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), as viagens internacionais atingiram 80% dos níveis pré-pandemia (2019) no primeiro trimestre de 2023. Estima-se que 235 milhões de turistas viajaram para países estrangeiros nos três primeiros meses do ano. A expectativa é de que, até o fim deste ano, a recuperação fique entre 80% e 95% dos níveis pré-pandemia. E isso se reflete nos números das companhias internacionais do setor. No segundo trimestre, o Airbnb registrou um aumento de 19% na receita quando comparado a um ano antes, para US$ 2,5 bilhões. Em relação a 2019, o aumento alcançou 105%. Foram 115,1 milhões de reservas na plataforma no período, alta de 11% na comparação anual e de 37% em relação a 2019. Leia também: No caso da Booking Holdings, alguns números do segundo trimestre atingiram recordes. É o caso da receita com reservas, que chegou a US$ 39,7 bilhões, um aumento de 15% ante igual período do ano anterior, e 80% acima do registrado no segundo trimestre de 2021 (último ano disponível no balanço). Foram 268 milhões de reservas entre abril e junho, alta de 9% em um ano e de 70% em relação a 2021.
E acrescenta: “com a pandemia, a demanda reprimida foi muito forte e, agora, as pessoas estão dando vazão”. As vencedorasEnquanto as ações do Airbnb saltaram 75% no ano, as da Booking Holdings subiram 57,5%. Expedia teve uma alta mais “moderada”, de 25,2%. As três companhias são vistas como as mais preparadas para capitalizar o avanço do turismo no mundo – não apenas na retomada pós-pandemia, mas também nas mudanças da tecnologia e das novas tendências de consumo. “O setor de turismo é um setor maduro como um todo. Não tem grandes movimentos de crescimento”, diz Leonardo Otero, sócio-fundador da Arbor Capital. “Entretanto, as empresas certas têm, porque elas acompanham as transformações de cenário e de consumo. É uma questão de saber escolher bem.” Leia também: Booking (BKNG)Para o Otero, a Booking é um destaque. Trata-se da maior empresa do mundo em termos de serviços de viagem. No final de 2022, a plataforma oferecia 2,7 milhões de propriedades de alojamento em mais de 220 países. Ao todo, eram 400 mil hotéis e resorts cadastrados, e mais de 2,3 milhões de casas, apartamentos e outros locais únicos para ficar. “A Booking construiu uma rede líder de propriedades hoteleiras e outros serviços, o que impulsiona uma base de clientes cada vez maior”, afirma Dan Wasiolek, analista de ações da Morningstar. As marcas da empresa incluem Booking.com, Agoda, OpenTable e Rentalcars. Para a Morningstar, a empresa deve fortalecer a sua posição como principal agência de viagens online global na próxima década. Para isso, está atenta às mudanças. A holding começou a fazer testes com inteligência artificial generativa para entregar uma “viagem conectada”, segundo o CEO Glenn Fogel. A ideia é que, por meio da tecnologia, o cliente consiga centrar todos os aspectos da viagem em um único lugar, desde a reserva do voo até o hotel e outras experiências. “Com o tempo, você verá melhorias incrementais em nossa plataforma que nos aproximam mais um passo dessa visão de longo prazo”, disse Fogel na teleconferência de resultados do segundo trimestre. Airbnb (ABNB)O mercado global de aluguéis por temporada deverá atingir uma receita anual de US$ 315 bilhões em 2031, segundo a empresa de análises Allied Market Research, em comparação com os US$ 91,2 bilhões em 2021. Para a Allied, aluguéis por temporada são “estadias inferiores a 30 dias e consistem em apartamentos mobiliados, resorts ou casas geridas profissionalmente”. Em relatório, a empresa cita o Airbnb como um exemplo de serviço popular deste modelo. A expectativa é de que a taxa de crescimento (CAGR) do segmento seja de 12,4% entre 2022 e 2031. Em paralelo, os analistas preveem que os lucros do Airbnb cresçam a uma taxa de 22% nos próximos cinco anos. “O Airbnb tem um modelo de negócio muito flexível”, diz Cho, da GeoCapital. “As pessoas queriam sair de casa a qualquer custo na pandemia e buscaram localizações isoladas no interior. O Airbnb conseguiu surfar isso muito bem. Mas, quando a demanda voltou para os centros urbanos, eles também estavam preparados.” Outra vantagem que o analista enxerga na empresa é a relação entre anfitriões e plataforma. “É um modelo muito único, em que a estratégia da empresa é valorizar o anfitrião. O dono da casa paga uma taxa muito baixa, de 2%, enquanto o inquilino arca com o maior custo. Isso alimenta uma lealdade que garante ao Airbnb cerca 50% de alocações exclusivas na plataforma”, diz. Leia também: Expedia (EXPE)A Expedia é a segunda maior agência de viagens online, atrás da Booking. Assim como sua concorrente, a empresa também atua com diversos serviços além das reservas de estadias, como passagens aéreas, aluguéis de carros e experiências. A adoção de inteligência artificial (IA) generativa também está na mira da empresa. A Expedia está em fase de experimentação da integração do ChatGPT para melhorar as recomendações aos usuários. A ideia é que o aplicativo “converse” com o cliente para um serviço personalizado que envolva toda a experiência: escolha do destino, data, hospedagem, transporte e atividades. Enquanto o projeto está em andamento, a empresa trabalha na sua expansão internacional. Recentemente a empresa firmou uma parceria com a Trip.com, a agência de viagens líder na China. O objetivo é abocanhar um pedaço do mercado que a Booking não lidera. Confira as taxas de retorno das ações de Booking, Airbnb e Expedia em 2023 e nos últimos 12 meses:
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