A SpaceSail, uma empresa privada chinesa sediada em Xangai, é um novo player no mercado de internet via satélite, tradicionalmente dominado pela Starlink, de Elon Musk. A companhia revelou nesta semana que assinou um memorando de entendimento (MOU) com o Ministério de Comunicações do Brasil, e que planeja iniciar operações no País em 2026. Recém-chegada ao mercado, a empresa tem planos ambiciosos, e pretende transformar o setor com a utilização de satélites de órbita baixa, para oferecer internet de alta velocidade e com baixa latência. Veja a seguir tudo o que se sabe até o momento sobre a empresa, que tem apoio do governo chinês. Leia mais: Musk que se cuide? Rival chinesa da Starlink fecha acordo para entrar no Brasil Novidade no mercadoA SpaceSail foi lançada em 2023 e conta atualmente com 36 satélites em órbita. Seu primeiro lançamento aconteceu em agosto de 2024, com 18 satélites colocados em órbita pelo foguete Long March-6A, desenvolvido pela China. Em outubro, outros 18 satélites foram lançados, consolidando o início da constelação da empresa. Plano ambiciosoA SpaceSail ainda está muito atrás da Starlink, que já tem mais de 6 mil satélites em órbita. O plano da empresa chinesa, no entanto, é ambicioso: sua meta é lançar 15 mil satélites até 2030. Em 2024, a companhia planeja lançar no total 108 satélites, e tem um plano de expansão para os próximos anos dividido em três etapas:
TecnologiaOs satélites de órbita baixa (LEO, na sigla em inglês) utilizados pela SpaceSail orbitam a apenas 549 km da superfície terrestre, uma distância significativamente menor que os satélites convencionais. Essa proximidade reduz o tempo de transmissão de dados, garantindo uma internet mais rápida e confiável. A tecnologia é similar à oferecida pela Starlink e pela francesa E-Space. Os satélites Spacesail são projetados usando métodos de digitalização e produção modular, que, segundo o governo chinês, devem aumentar significativamente a eficiência do desenvolvimento de satélites. O primeiro lote de 18 satélites de rede comercial, cada um pesando 300 kg, utiliza uma plataforma de satélite plana empilhável desenvolvida de forma independente por uma empresa aeroespacial de Xangai. O veículo de lançamento, o Long March-6A, é a nova geração de foguetes híbridos de médio porte da China. Apoio do governo chinêsO governo chinês tem um papel central no desenvolvimento da SpaceSail, considerando o setor de satélites como estratégico para o crescimento econômico e tecnológico do país. A internet via satélite foi incluída no 14º Plano Quinquenal (2021-2025) como parte da nova infraestrutura de informação. Além disso, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma definiu a indústria aeroespacial comercial como prioritária em dezembro de 2023. Integração com internet “convencional”Governos locais, como os de Pequim, Xangai e Chongqing, também estão fomentando a indústria de satélites por meio de incentivos e planos regionais. O objetivo é integrar a tecnologia de satélites com os sistemas terrestres de comunicação, promovendo avanços no setor de telecomunicações. |
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