Luis Stuhlberger está revivendo uma aposta que fez pela última vez há oito anos para buscar proteção contra quedas nas ações brasileiras, à medida que os traders questionam o compromisso do governo em corrigir um crescente déficit orçamentário. O investidor veterano de 70 anos tornou-se “levemente” vendido em relação às ações locais, de acordo com carta aos cotistas. É a primeira vez desde 2016 que seu fundo Verde carrega uma posição liquidamente vendida no mercado de ações do Brasil, segundo uma fonte familiarizada com o assunto. “A nesga de credibilidade fiscal que restava ao atual governo foi jogada fora e a política econômica se vê desancorada, com apenas a ação do Banco Central no sentido de controlar a inflação oferecendo algum conforto, ainda que sob a sombra do risco de dominância fiscal ”, escreveu o fundo na nota aos investidores publicada nesta quarta-feira (11). Os investidores estão cada vez mais desiludidos com os ativos brasileiros após ficarem decepcionados com o anúncio do pacote fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os traders foram pegos de surpresa por uma isenção de imposto de renda que foi incluída no pacote e que pode diluir seu impacto. Stuhlberger ganhou notoriedade nos mercados financeiros brasileiros à medida que o fundo principal de sua Verde Asset Management acumulou ganhos de 26.000% desde sua criação em 1997. O fundo subiu 3,3% após taxas em novembro, em comparação com um ganho de 0,8% para o CDI no período. © 2024 Bloomberg L.P.
|